Homicídios: perfil epidemiológico das vítimas e caracterização das lesões

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Patrick Alexandre dos Santos Oliveira
Beatriz Rodrigues de Freitas
Jonas Campos Cruz
Ruth Nathalia Escobar Cantaluppi
Victor Fernando Bogado Arguello
Gerson Coelho Cavalcante Júnior
Andressa Vinha Zanuncio

Resumo

Objetivo: Determinar a prevalência dos homicídios no centro oeste mineiro, perfil epidemiológico das vítimas e natureza das lesões. Métodos: Estudo quantitativo descritivo, retrospectivo, de laudos de necropsia realizadas no Posto Médico Legal (PML) da Polícia Civil de Minas Gerais em Divinópolis/MG nos anos 2017 a 2019. Resultados: Foram analisados 98 laudos de homicídios. O mês de fevereiro foi o mês com o maior número de homicídios, seguido por maio e junho. O número de vítimas do sexo masculino foi maior (77,42%) que no sexo feminino (22,58%). A faixa etária com maior número de homicídios foi entre 21 a 30 anos (20,43%). A maior parte das vítimas era da cor parda (46,24%). As lesões do tipo perfurocontusas foram as mais observadas (64,52 %), seguidas das lesões perfurocortantes. A maioria das mortes foi por instrumentos perfurocontundentes (64,62%), com mais de um segmento acometido (61,29%). O traumatismo crânio encefálico foi a maior causa de morte (35,71%). Mortes produzidas com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, meio insidioso ou cruel foi negativo em 51,61% dos homicídios. Conclusão: O estudo concluiu que a maioria dos homicídios ocorreu em homens jovens e os ferimentos perfurocontusos (arma de fogo) foram os mais prevalentes. 

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Como Citar
OliveiraP. A. dos S., FreitasB. R. de, CruzJ. C., CantaluppiR. N. E., ArguelloV. F. B., Cavalcante JúniorG. C., & ZanuncioA. V. (2023). Homicídios: perfil epidemiológico das vítimas e caracterização das lesões. Revista Eletrônica Acervo Médico, 23(5), e12071. https://doi.org/10.25248/reamed.e12071.2023
Seção
Artigos Originais

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