Tendências e fatores psicossociais dos afastamentos por transtornos mentais e comportamentais no trabalho no Brasil (2015-2024)
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Resumo
Objetivo: Analisar o cenário da saúde mental no ambiente de trabalho no Brasil, com ênfase nos afastamentos por transtornos mentais e comportamentais e seus fatores psicossociais e organizacionais. Métodos: Adotou-se uma abordagem quali-quantitativa, com análise documental e bibliográfica. Os dados foram coletados do INSS (2015-2024) através do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (administrado pela SmartLab), relatórios da Organização Mundial de Saúde, Organização Internacional do Trabalho, e a ADP Research Institute. Também foram utilizados artigos das bases SciELO e BVS para a análise e discussão dos dados coletados. Resultados: Entre 2015 e 2024, foram registrados 2,44 milhões de afastamentos do trabalho, com predominância de transtornos ansiosos (27,4%) e depressivos (25,6%) como principais causas. Os setores mais afetados foram a administração pública e bancos no geral. Os principais fatores psicossociais relacionados a esses afastamentos foram o assédio moral (42% dos trabalhadores) e, a precarização laboral e o estresse crônico, que intensificaram o adoecimento mental. A ausência de suporte organizacional e a "uberização" do trabalho agravam ainda mais esse cenário. Considerações finais: O estudo destaca a precarização e o assédio como impulsionadores do adoecimento mental. O país vem implementando avanços na temática, com destaque para a atualização da NR-1 do Ministério do Trabalho e Emprego, mas ainda há muitas limitações na implementação prática.
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