Comprometimento intracraniano e facial em rinossinusite complicada: um relato de caso
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Resumo
Objetivo: Relatar o caso de um paciente que evoluiu com celulite orbitária bilateral, meningite e trombose de seio sigmóide secundário a rinossinusite, revisando cientificamente cada diagnóstico e suas interrelações. Detalhamento do caso: Paciente masculino, 16 anos, usuário de drogas ilícitas, inicia sintomas de cefaléia, confusão mental, edema palpebral bilateral, dor ocular, turvação visual e febre após quadro de infecção de vias aéreas superiores. Exames laboratoriais evidenciando leucocitose e líquor cefalorraquidiano indicativo de meningite bacteriana. Foi iniciado antibioticoterapia de amplo espectro e também drenagem neurocirúrgica de empiema subdural em fossa posterior. Houve abordagem oftalmologica de coleção intra orbitária extraocular de partes moles à direita. Trombose em seio sigmóide tratada clinicamente com anticoagulação. Considerações finais: Rinossinusites são virais e autolimitadas na maioria das vezes, mas em cerca de 0,5 a 2% pode ocorrer infecção bacteriana secundária podendo, assim, evoluir com complicações intracranianas e faciais graves se o diagnóstico não for fechado e o tratamento adequado instituído rapidamente. Nas possíveis complicações, os tratamentos são dispendiosos e prolongam o tempo de internação, além do risco de sequelas permanentes ser alto.
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