Implicações éticas do uso de teleconsultas médicas no Brasil

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Dhavid Leite Ferreira dos Santos
Laís Záu Serpa de Araújo

Resumo

Objetivo: Analisar as implicações éticas na utilização da modalidade de teleconsultas. Revisão bibliográfica: A teleconsulta demonstrou-se essencial, sobretudo em tempos de crise, como a que se vivenciou na pandemia da Covid-19, considerado os riscos de contaminação e consequente disseminação da doença e a superlotação de leitos de hospitais. No entanto, apesar dos seus avanços normativos essa, do ponto de vista ético, ainda se encontra em evolução, pois apresenta conflitos com a ética tradicional. Não obstante, vemos que é possível assegurar esses princípios entendidos como conflitantes como o princípio da privacidade, confidencialidade, e autonomia, garantir o direito a informação bem como, superar, em alguns casos, a falta de exame físico, garantir acessibilidade e qualidade no atendimento, desde que esteja devidamente regulamentada. Considerações finais: É indispensável a adoção de protocolos para as teleconsultas que antevejam a necessidade ou não de exame físico, modo de como obter corretamente o consentimento do paciente para a realização das consultas remotas e com previsão de um ambiente adequado para a realização das teleconsultas, assegurando a privacidade e confidencialidade, bem como preveja, mecanismos de treinamento e acessibilidades para médicos e pacientes.

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Como Citar
SantosD. L. F. dos, & AraújoL. Z. S. de. (2022). Implicações éticas do uso de teleconsultas médicas no Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 15(10), e11142. https://doi.org/10.25248/reas.e11142.2022
Seção
Revisão Bibliográfica

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