Associação entre possível bruxismo e violência em adolescentes escolares: estudo exploratório
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Objetivo: Analisar a associação entre o possível bruxismo e a violência entre adolescentes escolares. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório de corte transversal, com 234 adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 14-19 anos, regularmente matriculados no ensino médio de escolas públicas. O questionário continha questões do instrumento da PeNSE (dados sociodemográficos), YRBS (violência intrafamiliar, sexual, bullying e cyberbullying) e do RDC/TMD (bruxismo do sono e vigília). Os dados foram analisados estatisticamente por meio do teste qui-quadrado e exato de Fisher. Resultados: A prevalência do possível bruxismo do sono foi de 19,9%, e do possível bruxismo de vigília foi de 22,1%. Adolescentes vítimas de bullying, cyberbullying e com pensamento de tristeza apresentaram maior frequência do possível bruxismo do sono (p=0.004; p=0.005, p<0.001, respectivamente). Para o bruxismo de vigília, houve associação somente com o pensamento de tristeza (p=0.004). Conclusão: Sugere-se que o possível bruxismo do sono em adolescentes está associado a uma história de episódios de bullying e cyberbullying. Os achados também aconselham que todos os profissionais de saúde, em contato com adolescentes, levem em consideração em suas consultas e atividades, os riscos e vulnerabilidades as experiências de violência aos quais estes estão sujeitos.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Copyright © | Todos os direitos reservados.
A revista detém os direitos autorais exclusivos de publicação deste artigo nos termos da lei 9610/98.
Reprodução parcial
É livre o uso de partes do texto, figuras e questionário do artigo, sendo obrigatória a citação dos autores e revista.
Reprodução total
É expressamente proibida, devendo ser autorizada pela revista.
Referências
2. ALONSO LS, et al. Association between possible awake bruxism and bullying among 8- to 11-year-old children/adolescentes. Jornal Internacional de Odontologia Pediátrica, 2021; 31(3): 1-6.
3. ANJOS RS dos, et al. Bruxismo associado a fatores mentais em adolescentes: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, 2020; 9(9): e737997590.
4. ASSIS SG, et al. Violência e representação social na adolescência no Brasil. Rev Panam Salud Publica, 2004; 16(1): 43-51.
5. BOTTINO SM, et al. Cyberbullying and adolescent mental health: systematic review. Cad Saude Publica, 2015; 31(3): 463-75.
6. BRAGA LL e DELL’AGLIO, DD. Exposição à violência em adolescentes de diferentes contextos: família e instituições. Estudos de psicologia (Natal), 2012; 17: 413-420.
7. BRASIL. Disque 100. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/acesso-a-informacao/ouvidoria/Relatorio_Disque_100_2019_.pdf. Acesso em: 20 de dezembro de 2020.
8. BUYSSE DJ, et al. Use by physicians of the International Classification of Sleep Disorders: results of a national survey. Sleeps, 2003; 26: 48-51.
9. COUTINHO M, et al. Relação entre depressão e qualidade de vida de adolescentes no contexto escolar. Psicologia, Saúde & Doenças, 2016; 17(3): 338-351.
10. DWORKIN S, et al. Estudos epidemiológicos da dor crônica: uma perspectiva dinâmico-ecológica. Ann Comportar-se Med., 1992; 14(1): 3–11.
11. EMODI PERLMAN A, et al. Self-Reported Bruxism and Associated Factors in Israeli Adolescents. Journal of Oral Rehabilitation, 2016; 43(6): 443–450.
12. FONTES LFC, et al. Violência sexual na adolescência, perfil da vítima e impactos sobre a saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva, 2017; 22(9): 2919-2928.
13. FULGÊNCIO LB, et al. Diagnosis of sleep bruxism can assist in the detection of cases of verbal school bullying and measure the life satisfaction of adolescentes. International Journal of Paediatric Dentistry, 2017; 27(4): 293-301.
14. GOLDMAN MJ e GUTHEIL TG. Bruxism and sexual abuse: a possible association? J Am Dent Assoc., 1991; 3: 22.
15. KLOMEK AB, et al. Bullying do ensino médio como um risco para depressão posterior e suicídio. Comportamento de ameaça de vida suicida, 2011; 41(5): 501-16.
16. KNIBNE W, et al. Prevalência de disfunções temporomandibulares dolorosas, bruxismo acordado e bruxismo do sono em pacientes com transtorno de estresse pós-traumático grave. J Reabilitação Oral, 2022; 49(11): 1031-1040.
17. LUCENA LB, et al. Validation of the Portuguese version of the RDC/TMD Axis II questionnaire. Braz Oral Res., 2006; 20(4): 312-7.
18. LIMBER SP. Evaluation of the Olweus Bullying Prevention Program: A large scale study of U.S. students in grades 3–11. J Sch Psychol., 2018; 69: 56-72.
19. LOBBEZOO F, et al. International consensus on the assessment of bruxism: Report of a work in progress. Journal of oral rehabilitation, 2018; 45(11): 837-844.
20. MANFREDINI D, et al. Associação entre bruxismo do sono relatado por proxy e aspectos de qualidade de vida em crianças colombianas de diferentes camadas sociais. Clin Oral Investig., 2016; 14.
21. MANFREDINI D, et al. Bruxism: a summary of current knowledge on etiology, assessment, and management. Oral Surgery, 2019; 13(7).
22. MILLIONS R, et al. Sentimentos de tristeza e desesperança em jovens portugueses. Suplemento digital Rev ROL Enferm., 2020; 43(1): 164-170.
23. MINAYO MCS e SOUZA ER de. É possível prevenir a violência? Reflexões a partir do campo da saúde pública-RJ -Brasil.Ciência & Saúde Coletiva, 1999; 4(1): 7–23.
24. MINAYO MCS. Institucionalização do tema da violência no SUS:avanços e desafios. Ciência & Saúde Coletiva, 2016; 23(6): 2007-2016.
25. MRUG S e WINDLE M. Prospective effects of violence exposure across multiple contexts on early adolescent’ internalizing and externalizing problems. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 2010; 51(8): 953-961.
26. RAPOSO FAG e COELHO MCR. Violência Doméstica contra a Crianças. In: Raposo FAG, et al. Violência Doméstica contra a Crianças, 2015; 1(15): 65-92.
27. SAADET SA, et al. Oral parafunctions, personality traits, anxiety and their association with signs and symptoms of temporomandibular disorders in the adolescents, African Health Sciences, 2019; 19(1): 1801–1810.
28. SACZUK K, et al. Relação entre bruxismo do sono, estresse percebido e estratégias de enfrentamento, Res. Saúde pública, 2019; 16(17).
29. SANTA RITA ACM, et al. Violência infanto-juvenil intrafamiliar e doméstica: o impacto do distanciamento social e a importância da conscientização em meio à pandemia de COVID-19. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2020; 12(10): e4689.
30. SERRA-NEGRA JM, et al. Is there an association between verbal school bullying and possible sleep bruxism in adolescents? J Reabilitação Oral, 2017; 44(5): 347-353.
31. SOUSA DI. Associação entre cronotipo, bruxismo do sono auto-referido e bruxismo da vigília entre alunos de medicina dentária - amostra do centro português de um estudo multicêntrico internacional, Universidade de Coimbra, 2017.
32. UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION. School Violence and Bullying: Global Status Report, 2017.
33. VALLE LELR e MATTOS MJVM. Adolescência: as contradições da idade. Revista Psicopedagogia, 2011; 28(87): 321-323.
34. VAN SELMS MKA, et al. Bruxism and Associated Factors among Dutch Adolescents. Community Dentistry and Oral Epidemiology, 2012; 41(4): 353-363.
35. WANG X, et al. Maus-tratos na infância e bullying e defesa de adolescentes chineses: o papel mediador do desengajamento moral. Abuso Infantil Negligência, 2017; 69: 134–144.
36. ZAYDLIN M, et al. The Role of Psychiatry in the Management of Sexual Assault: A Case Series. Cureus, 2021; 13(3): 2021.