Análise espacial de casos e óbitos por beribéri e distribuição de tiamina, Brasil, 2014-2020

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Flávio Donalwan Sá Maximino
Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco

Resumo

Objetivo: Realizar análise espacial da distribuição de tiamina, de casos notificados e de óbitos por beribéri no país, de 2014 a 2020. Métodos: Estudo ecológico com análise de distribuição espacial, com base em três bancos de dados: Sistema HÓRUS (distribuição de tiamina); Ministério da Saúde (casos de beribéri) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (óbitos por beribéri). Resultados: Registrou-se 542 casos e 177 óbitos por beribéri. Roraima e Tocantins registraram a maioria dos casos (518; 95,5%), sobretudo na população indígena (269; 49,6%). Os casos predominaram em homens (405; 74,7%), áreas rurais (335; 61,8%) e com consumo de bebida alcoólica (359; 66,2%). Os óbitos foram mais frequentes na raça/cor branca (85; 48,0%), em São Paulo (36; 20,3%) e Minas Gerais (28; 15,8%). Os estabelecimentos indígenas receberam baixo quantitativo de comprimidos de tiamina (1.381.141; 3,8%). Conclusão: O beribéri é uma doença negligenciada e está presente em todas as regiões, principalmente nas áreas pobres, vulneráveis e com população indígena. Renda, desocupação e pobreza, são fundamentais para a detecção de novos casos; insegurança alimentar e a extrema pobreza são condicionantes para a ocorrência de óbitos.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
MaximinoF. D. S., & BrancoM. dos R. F. C. (2023). Análise espacial de casos e óbitos por beribéri e distribuição de tiamina, Brasil, 2014-2020. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 23(5), e12032. https://doi.org/10.25248/reas.e12032.2023
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ALVES HCVL, et al. Outbreak of beriberi in the state of Maranhão, Brazil: revisiting the mycotoxin aetiologic hypothesis. Tropical Doctor, 2010; 40(2): 95-7.

2. ASSUNÇÃO AKM, et al. Beriberi in Brazil: a disease that affects indigenous people. Food and Nutrition Bulletin, 2021; 42(3): 427-436.

3. ATTALURI P, et al. Thiamine deficiency: an important consideration in critically ill patients. The American Journal of Medical Sciences, 2018; 356(4): 382-90.

4. BRASIL. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Diário Oficial da União. 2006. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm. Acessado em: 1 de fevereiro de 2023.

5. BRASIL. Portaria nº 3.916 MS, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política Nacional de Medicamentos. Diário Oficial da União. 1998. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3916_30_10_1998.html. Acessado em: 1 de fevereiro de 2023.

6. BRASIL. Resolução CNS nº 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União. 2004. Disponível em: Acessado em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3916_30_10_1998.html. 01 de fevereiro de 2023.

7. BRASIL. Guia de Consulta para Vigilância Epidemiológica, Assistência e Atenção Nutricional dos Casos de Beribéri. 2012. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_consulta_beriberi.pdf. Acessado em: 1 de fevereiro de 2023.

8. BRASIL. Cadernos de Atenção Básica: Carências de Micronutrientes. 2007. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_carencias_micronutrientes.pdf. Acessado em: 1 de fevereiro de 2023.

9. FATTAL-VALEVSKI A. Thiamine (vitamin B1). Journal of Evidence-Based Integrative Medicine, 2011; 16(1):12-20.

10. FREITAS MCS e PENA PGL. Fome e Pandemia de Covid-19 no Brasil. TESSITURAS, Revista de Antropologia e Arqueologia, 2020; V8(S1): 34:40.

11. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. In: Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio Contínua (PNAD Contínua) 2014 a 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9173-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-trimestral.html. Acessado em: 20 agosto de 2022.

12. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. In: Pesquisa de orçamentos familiares 2017-2018: análise da segurança alimentar no Brasil. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/24786-pesquisa-de-orcamentos-familiares-2.html?=&t=resultados. Acessado em: 1 de fevereiro de 2023.

13. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. In: Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2020. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101760.pdf. Acessado em: 10 de agosto de 2021.

14. JOHNSON CR, et al. Thiamin deficiency in low - and middle-income countries: Disorders, prevalence’s, previous interventions and current recommendations. Nutrition and Health, 2019; 25(2):127-51.

15. LIRA PIC e ANDRADE SLLS. Epidemia de beribéri no Maranhão, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 2008; 24:1202-3.

16. PADILHA EM, et al. Perfil epidemiológico do beribéri notificado de 2006 a 2008 no Estado do Maranhão, Brasil. Caderno de Saúde Pública, 2011; 27(3): 449-59.

17. RIBEIRO-SILVA RC, et al. Implicações da pandemia COVID-19 para a segurança alimentar e nutricional no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 2020; 25(9): 3421-3430.

18. SANTOS JVOF, et al. Óbitos por Beribéri no Brasil, 1996 a 2020. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2023; 23(5): e12063.

19. SIMON MF. The causes of death in beriberi. The Lancet, 1983; 141(3627): 467-9.

20. SOARES DE AZEVEDO E, et al. Experiência de estruturação da assistência farmacêutica na atenção básica municipal. Boletim do Instituto de Saúde, 2018; 19(supl): 39–44.

21. WHO - World Health Organization. Thiamine deficiency and its prevention and control in major emergencies. 1999. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-NHD-99.13. Acessado em: 1 de fevereiro de 2023.