Impactos da exposição pré-natal ao mercúrio sobre a hipertensão arterial em parturientes na região do Xingu-Amazônia
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Resumo
Objetivo: Investigar a prevalência da hipertensão arterial sistêmica e sua associação com a exposição pré-natal ao mercúrio em parturientes da região do Xingu. Métodos: Estudo observacional, transversal, prospectivo conduzido com 110 parturientes com idade de 15 a 40 anos. As usuárias foram investigadas quanto ao perfil socioeconômico, clínico, obstétrico e quantidade de mercúrio no cabelo. Resultados: A amostra apresentou maioria com atividade exclusivamente do lar, casadas e com o ensino fundamental cursado. 79.1% apresentaram idade gestacional entre 37 e 40 semanas. 13.6% eram primíparas, nenhuma fumava e 3.6% ingeriam álcool. A maioria apresentou hipertensão arterial sistêmica sistólica, 4.6% diastólica e 31.8% ambos os tipos. 99.05% apresentaram concentração de mercúrio total no cabelo < 2µg/g e baixo consumo semanal de peixe. Não foi observado associações estatisticamente significativas de mercúrio total com qualquer medida de pressão arterial sistólica ou diastólica e nem entre hipertensão arterial sistólica e a frequência de consumo de peixes. Observou-se diferença significativa na associação entre a hipertensão diastólica e mista com o consumo semanal de peixes. Conclusão: A referida população possui hipertensão arterial, baixo nível de exposição ao mercúrio ambiental e baixo consumo de peixe, embora sejam residentes em áreas potencialmente poluídas pelo mercúrio ambiental.
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