Comunicação da suspeita e abertura do protocolo de morte encefálica: percepções e preferências da família

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Nathália de Lima Siqueira
Cibelle Antunes Fernandes

Resumo

Objetivo: Descrever percepções e preferências de familiares de pacientes adultos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre a comunicação da suspeita e abertura do protocolo de morte encefálica (ME). Métodos: Estudo de campo, exploratório, descritivo, observacional, transversal, quanti-qualitativo, usando os instrumentos de diário de bordo, checklist e questionário específico. Participaram cinco familiares de pacientes com suspeita de ME em UTI de hospital público terciário do Distrito Federal. Realizada análise descritiva da rotina de comunicação sobre ME e das respostas objetivas e de conteúdo para as discursivas. Resultados: Preferências e percepções da má notícia sobre suspeita e abertura de protocolo de ME foram compatíveis. Preferências preponderantes das famílias: receber a notícia pessoalmente, com atenção, contato visual, honestidade e respeito ao nível de compreensão, com espaço para expressar a compreensão, com pausas e disponibilidade para esclarecer dúvidas. Conclusão: A compatibilidade entre percepções e preferências indica que a rotina de comunicação no cenário de estudo tem contemplado as preferências das famílias. A comunicação da suspeita e abertura do protocolo de ME é complexa, seriada e de difícil compreensão, com reação emocional de “choque”. Recomenda-se abordagem interdisciplinar às famílias, uso de protocolos de comunicação de más notícias e conhecimento quanto a preferências de familiares.

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Como Citar
SiqueiraN. de L., & FernandesC. A. (2023). Comunicação da suspeita e abertura do protocolo de morte encefálica: percepções e preferências da família. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 23(4), e12696. https://doi.org/10.25248/reas.e12696.2023
Seção
Artigos Originais

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