Análise da mortalidade por esquistossomose no estado de Pernambuco
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Resumo
Objetivo: Analisar perfil epidemiológico e padrões espaço-temporais de mortalidade por esquistossomose em Pernambuco, entre 2000-2014. Método: Estudo transversal, ecológico sobre óbitos por causa básica esquistossomose, residentes em Pernambuco, do Sistema de Informação sobre Mortalidade, entre 2000-2014. Calculadas frequências absolutas e relativas, com teste de Qui-Quadrado e método de Prais-Wistein para análise dos coeficientes de mortalidade e técnica de varredura espacial para investigar clusters. Resultados: Entre 2000-2014, registraram-se 2.636 óbitos, coeficiente de mortalidade 2,05/100mil. Destacaram-se sexo feminino (50,40%), 60-79 anos (50,68%), pardos (55,65%), sem nenhum grau de instrução (27,80%), casados (40,36%)ocorrência em hospitais (82,85%). Macrorregião Metropolitana concentrou 35,1% . Identificaram-se 6 clusters, de norte a sul da Macrorregional, que concentraram 22,90% dos residentes e 35,1% dos óbitos. Um dos clusters localiza-se ao norte da Macrorregional, formado por 7 municípios, 3,9% da população, 8,6 % dos óbitos e RR= 2,3 (p<0,001), enquanto cluster ao sul concentrou 8 municípios, 3,5% da população, 7,1% dos óbitos e RR= 2,1 (p<0,001). Conclusão: Observou-se elevados óbitos e alto risco relativo em algumas áreas, possivelmente devido ao diagnóstico e tratamento inoportuno. Desse modo,denota-se a importância de fortalecer as ações de saneamento ambiental, vigilância, qualificar os processos de atenção à saúde e potencializar ações de educação em saúde.
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