Caso de uma paciente com 65 anos com Demência Frontotemporal

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Ana Carolina Campos
Adriano Ferreira da Silva
Ana Gabrielle Rodrigues de Souza Rocha
Bruna Carolina Barbosa de Freitas
Geyce Kelly de Souza Rodrigues
Igor Augusto de Oliveira
Luís Felipe José Ravic de Miranda

Resumo

Objetivo: Relatar um caso de Demência Frontotemporal (DFT) de variante comportamental que, não raro, é erroneamente diagnosticado e tratado como Doença de Alzheimer (DA). Detalhamento do caso: Trata-se de uma paciente de 65 anos, a qual iniciou quadro demencial em 2019, manifestado por amnésia, irritabilidade e perda de funcionalidade associadas à mudança repentina de hábitos de vida (retomou o hábito de etilismo e obstinação/dependência amorosa). À nossa primeira avaliação em 2021, apresentava diagnóstico prévio de DA em tratamento com inibidor de colinesterase (IChE) há cerca de 1 ano, no entanto, com pouca ou nenhuma resposta. Após anamnese detalhada, aplicação de escalas psicométricas, exame de neuroimagem e análise liquórica, verificou-se que a hipótese diagnóstica principal é DFT, sendo possível, então, direcioná-la a um diagnóstico correto, suspenso o IChE e uma terapêutica mais adequada, ainda que limitada, tendo em vista que não há tratamento específico para a DFT. Considerações finais: DA e DFT podem ter sinais clínicos parecidos e causar dúvida e erro diagnóstico. O manejo e conduta assertivos são essenciais nesses casos, uma vez que o tratamento das duas condições é distinto, de forma que, seu correto diagnóstico e tratamento permitem um controle eficaz dos sinais e sintomas dessas condições.

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Como Citar
CamposA. C., SilvaA. F. da, RochaA. G. R. de S., FreitasB. C. B. de, RodriguesG. K. de S., OliveiraI. A. de, & MirandaL. F. J. R. de. (2023). Caso de uma paciente com 65 anos com Demência Frontotemporal. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 23(7), e13245. https://doi.org/10.25248/reas.e13245.2023
Seção
Estudos de Caso

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