Caso de uma paciente com 65 anos com Demência Frontotemporal
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Resumo
Objetivo: Relatar um caso de Demência Frontotemporal (DFT) de variante comportamental que, não raro, é erroneamente diagnosticado e tratado como Doença de Alzheimer (DA). Detalhamento do caso: Trata-se de uma paciente de 65 anos, a qual iniciou quadro demencial em 2019, manifestado por amnésia, irritabilidade e perda de funcionalidade associadas à mudança repentina de hábitos de vida (retomou o hábito de etilismo e obstinação/dependência amorosa). À nossa primeira avaliação em 2021, apresentava diagnóstico prévio de DA em tratamento com inibidor de colinesterase (IChE) há cerca de 1 ano, no entanto, com pouca ou nenhuma resposta. Após anamnese detalhada, aplicação de escalas psicométricas, exame de neuroimagem e análise liquórica, verificou-se que a hipótese diagnóstica principal é DFT, sendo possível, então, direcioná-la a um diagnóstico correto, suspenso o IChE e uma terapêutica mais adequada, ainda que limitada, tendo em vista que não há tratamento específico para a DFT. Considerações finais: DA e DFT podem ter sinais clínicos parecidos e causar dúvida e erro diagnóstico. O manejo e conduta assertivos são essenciais nesses casos, uma vez que o tratamento das duas condições é distinto, de forma que, seu correto diagnóstico e tratamento permitem um controle eficaz dos sinais e sintomas dessas condições.
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