Mortalidade fetal e neonatal por sífilis congênita no período de escassez de penicilina
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Resumo
Objetivo: Analisar os abortos, natimortos e óbitos neonatais em crianças com sífilis congênita durante o período de escassez de penicilina. Métodos: Estudo transversal realizado nas maternidades públicas de Fortaleza, Ceará. Os dados foram coletados nas fichas de notificação e nos prontuários das gestantes e das crianças. Realizou-se regressão logística múltipla com razão de chances e intervalo de confiança de 95%. Resultados: Foram analisados 548 casos de sífilis congênita, dos quais, 79 (14,4%) resultaram em abortos, natimortos e óbitos neonatais. Encontrou-se maior probabilidade de crianças não vivas em mães com idade ≤ 18 anos (OR: 2,4; IC: 1,20-5,00; p = 0,014), diagnosticadas no parto (OR: 3,7; IC: 1,77-7,71; p < 0,001) e com titulação do VDRL do parto ≥ 1:16 (OR: 9,2; IC: 4,29-19,88; p < 0,001). Conclusões: As mortes por sífilis congênita ocorrem em filhos de mães jovens, não diagnosticadas no pré-natal e com altas titulação do VDRL no parto.
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