Epidemiologia da recidiva da hanseníase em um município hiperendêmico da Região Amazônica

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Lorena Borralho Azevedo
Carolina Ferreira Santos
Ana Caroline Martins Tavares dos Santos
Débora Carvalho de Jesus
Lorena Dias Monteiro

Resumo

Objetivo: Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos de recidiva de hanseníase diagnosticados no período de 2001 a 2022 em Palmas, Tocantins, uma capital hiperendêmica na Região Amazônica. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo de casos de recidiva da hanseníase registrados no período de 2001 a 2022 em Palmas. Os dados foram coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e tabulados em gráficos e tabelas. Resultados: Foram diagnosticados 171 casos de recidiva da hanseníase residentes em Palmas. Desses, a maioria era do sexo masculino (60,2%), de baixa escolaridade (48,8%), pardos (53,8%) e adultos jovens (45%). Houve elevada prevalência de casos com grau 1 (37,4%) e 2 de incapacidade física (12,3%). O grau 1 de incapacidade apresentou tendência de aumento a partir de 2011 e a tendência de aumento do grau 2 ocorreu a partir de 2017 e atingiu 28,6% dos casos em 2021. Conclusão: A alta prevalência de recidivas em homens, idades avançadas e baixa escolaridade destaca a necessidade de abordagens específicas nesses grupos. A incidência elevada de recidivas na população parda enfatiza a importância de considerar fatores socioeconômicos e raciais na prevenção de recidivas.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
AzevedoL. B., SantosC. F., SantosA. C. M. T. dos, JesusD. C. de, & MonteiroL. D. (2024). Epidemiologia da recidiva da hanseníase em um município hiperendêmico da Região Amazônica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 24(1), e14733. https://doi.org/10.25248/reas.e14733.2024
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ANUNCIAÇÃO D, et al. Ways and detours in guarantee of health for the black population and the confrontation of racism in Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, 2022; 27: 10.

2. BOIGNY RN, et al. Magnitude and temporal trends of leprosy relapse in the state of Ceará, Brazil in the period 2001-2018, 2021.

3. BONA S, et al. Recidivas de Hanseníase em Centros de Referência de Teresina, Piauí, 2001-2008. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 2015; 24(4): 731-738.

4. BRASIL. Boletim Epidemiológico Hanseníase. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim_hanseniase-2023_internet_completo.pdf/@@download/file. Acessado em: 29 de agosto de 2023.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde - DATASUS. Informações de Saúde, Sistema de Informações sobre Mortalidade. Disponível em http://www.datasus.gov.br/catalogo/sim.htm. Acessado em: 1 de agosto de 2023.

6. BRASIL. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase. 2022. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeuticas_hanseniase.pdf. Acessado em: 17 de setembro de 2023.

7. BÜKER-SÉKULA S, et al. Dipstick assay to identify leprosy patients who have in increased risk of relapse. Trop Med Int Health, 2001; 6(4): 317-23.

8. CAMBAU, E. et al. Antimicrobial resistance in leprosy: results of the first prospective open survey conducted by a WHO surveillance network for the period 2009–15. Clinical Microbiology and Infection, 2018; 24(12): 1305-1310.

9. CHAGAS DF, et al. Relapse in leprosy and drug resistance assessment in a tertiary hospital of the state of Espírito Santo, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2020; 54: 0375-2020.

10. CHEN K, et al. Leprosy: a review of epidemiology, clinical diagnosis, and management. Journal of Tropical Medicine, 2022.

11. CISNEROS J, et al. Associations between occupation, leprosy disability and other sociodemographic factors in an endemic area of Brazil. PLOS global public health, 2022; 2(9): e0000276.

12. DINIZ LM, et al. Estudo retrospectivo de recidiva da hanseníase no Estado do Espírito Santo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2009; 42(4): 420-424.

13. DE PAULA HL, et al. Risk Factors for Physical Disability in Patients with Leprosy: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Dermatology, 2019; 155(10): 1120-1128.

14. DESSUNTI EM, et al. Hanseníase: o controle dos contatos no município de Londrina - PR em um período de dez anos. Revista Brasileira de Enfermagem, 2008; 61(esp): 689-93.

15. FERREIRA SMB, et al. Fatores associados à recidiva em hanseníase em Mato Grosso. Revista de Saúde Pública, 2011; 45(4):756-64.

16. FERREIRA SMB, et al. Características clínico-laboratoriais no retratamento por recidiva em hanseníase. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2012; 15(3): 573-81.

17. GELBER RH, et al. The relapse rate in MB leprosy patients treated with 2-years of WHO-MDT is not low. International Journal of Leprosy and Other Mycobacterial Diseases, 2004; 72(4): 493-500.

18. GUERRERO-GUERRERO MI, et al. Relapses in multibacillary leprosy patients: a retrospective cohort of 11 years in Colombia. Leprosy Review, 2012; 83(3): 247-60.

19. KAIMAL S e THAPPA DM. Relapse in leprosy. Indian Journal of Dermatology, Venereology and Leprology, 2009; 75(2): 126-35.

20. LIMA, Instituto Lauro de Souza. Recidiva e resistência em hanseníase. Instituto Lauro de Souza Lima, Coordenadoria de Controle de Doenças, Secretaria de Estado da Saúde. Rev Saúde Pública, 2011; 45(3): 631-3.

21. LIMA RSK, et al. A importância da busca ativa como estratégia de controle da hanseníase em territórios endêmicos. Hansen int, 2016;41:55–63.

22. LOCKWOOD DNJ. Chapter 2.6. Treatment of Leprosy. In Scollard DM & Gillis TP. (Eds.), International Textbook of Leprosy. American Leprosy Missions, Greenville, SC. 2019. Disponível em: https://internationaltextbookofleprosy.org/chapter/treatment. Acessado em: 10 de setembro de 2023.

23. MELO SL, et al. Recidiva hansênica em área de alta endemicidade no Estado do Pará, Brasil. Rev Pan-Amazônica de Saúde, 2014; 5(3): 19-24.

24. MONTEIRO LD, et al. Limited activity and social participation after hospital discharge from leprosy treatment in a hyperendemic area in North Brazil. Revista brasileira de epidemiologia, 2014; 91-104.

25. MONTEIRO LD, et al. Tendências da hanseníase após implementação de um projeto de intervenção em uma capital da Região Norte do Brasil, 2002-2016. Cadernos de Saúde Pública, 2018; 34(11): e00007818.

26. NASCIMENTO ACM, et al. Recidiva em Hanseníase: estudo retrospectivo sobre aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos de um centro de referência brasileirio. Hansenologia Internationalis: hanseníase e outras doenças infecciosas, 2019; 44: 54.

27. OMS. Estratégia Global para a Hanseníase 2021-2030: Rumo à zero hanseníase. 2021. Disponível em: https://apps.who.int/iris/rest/bitstreams/1349108/retrieve. Acessado em: 16 de setembro de 2023.

28. RODRIGUES LC e LOCKWOOD DNJ. Leprosy now: epidemiology, progress, challenges, and research gaps. The Lancet infectious diseases, 2011; 11(6): 464-470.

29. SÁ PTT. Fatores associados à recidiva em hanseníase no Brasil: um estudo de caso-controle. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical), Universidade de Brasília, Brasília, 2020, 71 p.

30. SALES AM, et al. No difference in leprosy treatment outcomes comparing 12- and 24-dose multidrug regimens: a preliminary study. Cad. Saúde Pública, 2007; 23(4): 23(4): 815-822.

31. SARTORI PVU, et al. Human genetic susceptibility of leprosy recurrence. Scientific reports, 2020; 10:128.

32. TOCANTINS. Perfil Socioeconômico dos Municípios. 2015. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj7j4KYpLmBAxWDSLgEHQ7uAqcQFnoECA8QAQ&url=https%3A%2F%2Fcentral3.to.gov.br%2Farquivo%2F467722%2F&usg=AOvVaw2XVbKeleJii-3T7DIxcqRE&opi=89978449. Acessado em: 8 de setembro de 2023.