Hipertensão Arterial Sistêmica: identificação, manejo e implicações clínicas, durante a internação hospitalar do paciente oncológico
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Resumo
Objetivo: Analisar o processo de identificação, manejo farmacológico e implicações clínicas da hipertensão arterial sistêmica (HAS) em pacientes oncológicos, durante a internação hospitalar. Métodos: Estudo retrospectivo, quantitativo, realizado durante três meses em um hospital especializado em tumores ginecológicos. Dados epidemiológicos e clínicos foram coletados em prontuários. Resultados: Foram analisadas 417 internações, incluindo pacientes com HAS (47,96%) e sem HAS (52,04%). A comorbidade foi identificada principalmente por farmacêuticos (76%) e as classes de anti-hipertensivos mais utilizadas para manejo foram: diuréticos (26,30%), antagonistas dos receptores da angiotensina II (21,85%) e inibidores da enzima conversora da angiotensina (18,89%). Dentre os pacientes hipertensos, 75,32% apresentaram pressão arterial sistólica ≥ 150 mmHg durante a internação hospitalar. Das internações, 55,64% foram para procedimentos cirúrgicos, sendo 19,40% cancelados. No grupo de hipertensos, 25,20% das cirurgias foram canceladas por falta de condições clínicas, motivo não observado entre os pacientes sem HAS. Apenas 15,5% dos pacientes hipertensos realizaram tratamento antineoplásico prévio a internação, indicando que a HAS não foi deflagrada pela quimioterapia. Conclusão: A prevalência de HAS em pacientes hospitalizadas com câncer ginecológico é elevada. O farmacêutico clínico é essencial para otimizar a identificação e o tratamento desta comorbidade, minimizando os impactos negativos da hipertensão descompensada.
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