Hipertensão Arterial Sistêmica: identificação, manejo e implicações clínicas, durante a internação hospitalar do paciente oncológico

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Danielle Cardoso de Souza
Rebeka Caribé Badin
Liliane Rosa Alves Manaças

Resumo

Objetivo: Analisar o processo de identificação, manejo farmacológico e implicações clínicas da hipertensão arterial sistêmica (HAS) em pacientes oncológicos, durante a internação hospitalar. Métodos: Estudo retrospectivo, quantitativo, realizado durante três meses em um hospital especializado em tumores ginecológicos. Dados epidemiológicos e clínicos foram coletados em prontuários. Resultados: Foram analisadas 417 internações, incluindo pacientes com HAS (47,96%) e sem HAS (52,04%). A comorbidade foi identificada principalmente por farmacêuticos (76%) e as classes de anti-hipertensivos mais utilizadas para manejo foram: diuréticos (26,30%), antagonistas dos receptores da angiotensina II (21,85%) e inibidores da enzima conversora da angiotensina (18,89%). Dentre os pacientes hipertensos, 75,32% apresentaram pressão arterial sistólica ≥ 150 mmHg durante a internação hospitalar. Das internações, 55,64% foram para procedimentos cirúrgicos, sendo 19,40% cancelados. No grupo de hipertensos, 25,20% das cirurgias foram canceladas por falta de condições clínicas, motivo não observado entre os pacientes sem HAS. Apenas 15,5% dos pacientes hipertensos realizaram tratamento antineoplásico prévio a internação, indicando que a HAS não foi deflagrada pela quimioterapia. Conclusão: A prevalência de HAS em pacientes hospitalizadas com câncer ginecológico é elevada. O farmacêutico clínico é essencial para otimizar a identificação e o tratamento desta comorbidade, minimizando os impactos negativos da hipertensão descompensada.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
SouzaD. C. de, BadinR. C., & ManaçasL. R. A. (2023). Hipertensão Arterial Sistêmica: identificação, manejo e implicações clínicas, durante a internação hospitalar do paciente oncológico. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 23(12), e14997. https://doi.org/10.25248/reas.e14997.2023
Seção
Artigos Originais

Referências

1. COHEN JB, et al. Hypertension in cancer patients and survivors: epidemiology, diagnosis, and management. JACC: Cardio Oncology. 2019; 1(2): 238–51.

2. CURIGLIANO G, et al. Management of cardiac disease in cancer patients throughout oncological treatment: ESMO consensus recommendations. Annals of Oncology. 2020; 31(2): 171–90.

3. DA COSTA NEGRÃO SM, et al. Avaliação da prática de enfermagem na segurança do paciente oncológico. Enfermagem em Foco. 2020; 21;10(4): 136-142.

4. FRAEMAN KH, et al. Incidence of new-onset hypertension in cancer patients: a retrospective cohort study. Int J Hypertens. 2013; 2013:379252.

5. GEWEHR DM, et al. Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão arterial na Atenção Primária à Saúde. Saúde debate. 2018; 42(116): 179–90.

6. HAJJAR LA, et al. Diretriz Brasileira de Cardio-oncologia – 2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2020; 115(5): 1006–43.

7. HARRISON DG, et al. Inflammation, immunity, and hypertension. Hypertension. 2011; 57(2): 132-140.

8. HEIJNEN BF, et al. Renal inflammatory markers during the onset of hypertension in spontaneously hypertensive rats. Hypertension Research. 2014; 37(2): 100-109.

9. Instituto Nacional de Câncer. ESTIMATIVA 2023: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 2022.

10. IZZEDINE H, et al. Management of hypertension in angiogenesis inhibitor-treated patients. Annals of oncology. 2009; 20(5): 807–15.

11. JAIN M e TOWNSEND RR. Chemotherapy agents and hypertension: A focus on angiogenesis blockade. Current hypertension reports. 2007; 9(4): 320–8.

12. JIANG Y, et al. Will nanomedicine become a good solution for the cardiotoxicity of chemotherapy drugs? Frontiers in Pharmacology. 2023; 4;14:1143361.

13. KURIAKOSE RK, et al. Potential Therapeutic Strategies for Hypertension-Exacerbated Cardiotoxicity of Anticancer Drugs. Oxidative Medicine and Cellular Longevity. 2016; 2016: 1–9.

14. LI PC, et al. Prognostic impact of angiotensin-converting enzyme inhibitors and angiotensin receptors blockers in esophageal or gastric cancer patients with hypertension - a real-world study. BMC Cancer. 2022; 22(1):430.

15. MACHADO LPM e GODOY H. Hipertensão arterial no tratamento do câncer. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. 2017; 27(4):290–3.

16. MANTOVANI A, et al. Cancer-related inflammation. Nature. 2008; 454(7203) :436–44.

17. MC MENAMIN ÚC, et al. Angiotensin-converting enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers in cancer progression and survival: a systematic review. Cancer Causes Control. 2012; 23(2): 221-230.

18. MENDIS S, et al. Global Atlas on cardiovascular disease prevention and control. Geneva: World Health Organization In Collaboration With The World Heart Federation And The World Stroke Organization; 2011.

19. MENEZES T de C, et al. Prevalência, tratamento e controle da hipertensão arterial com método diferenciado de busca ativa. Cad saúde colet [Internet]. 2020; 28(3): 325–33.

20. MOTA CJF, et al. Conciliação medicamentosa em unidade de clínica médica como estratégia para Segurança do Paciente em um hospital universitário. Research, Society and Development. 2022; 11(10): e568111032128.

21. NEVES JA, et al. Biomarcadores de função endotelial em doenças cardiovasculares: hipertensão. J Vasc Bras. 2016; 15(3): 224–33.

22. NOER MC, et al. A new clinically applicable age-specific comorbidity index for preoperative risk assessment of ovarian cancer patients. Gynecol Oncol. 2016; 141(3): 471-478.

23. PAI K, et al. The Utility of Comorbidity Indices in Assessing Head and Neck Surgery Outcomes: A Systematic Review. Laryngoscope. 2022; 132(7): 1388-1402.

24. ROTH GA, et al. Global, regional, and national age-sex-specific mortality for 282 causes of death in 195 countries and territories, 1980–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. The Lancet. 2018; 392(10159): 1736–88.

25. SABLINA AA, et al. The antioxidant function of the p53 tumor suppressor. Nature Medicine. 2005; 11(12): 1306–13.

26. SALIMENA AMO, et al. Mulheres portadoras de câncer de útero: percepção da assistência de enfermagem. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro. 2014; 4(1): 909-920.

27. SARFATI D, et al. The impact of comorbidity on cancer and its treatment. CA: A Cancer Journal for Clinicians. 2016; 66(4): 337–50.

28. SOUSA ALL, et al. Hypertension Prevalence, Treatment and Control in Older Adults in a Brazilian Capital City. Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3): 271–8.

29. VAN DORST DCH, et al. Hypertension and Prohypertensive Antineoplastic Therapies in Cancer Patients. Circulation Research. 2021; 128(7): 1040–61.

30. VERAS RP. Modelo assistencial contemporâneo para os idosos: uma necessidade premente. Rev bras geriatr gerontol. 2022; 25(3):e230065.

31. VIGITEL, Brasil, Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2017 vigilância de fatores e risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília Ministério da Saúde; 2018.

32. YANG F, et al. Clinical characteristics and outcomes of cancer patients with COVID-19. J Med Virol. 2020; 92: 2067–1073.

33. YEH ETH e BICKFORD CL. Cardiovascular Complications of Cancer Therapy: Incidence, Pathogenesis, Diagnosis, and Management. Journal of the American College of Cardiology. 2009; 53(24): 2231–47.