Contaminação por mercúrio em peixes na Amazônia brasileira
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Resumo
Objetivo: Demonstrar a distribuição da contaminação de peixes por mercúrio de acordo com as principais bacias hidrográficas da Amazônia brasileira. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura sobre a contaminação por mercúrio de peixes da Amazônia no período de 2013 a 2023, utilizando as bases de dados eletrônicas: LILACS, BDENF, SCIELO e PubMed. Resultados: Foram encontrados 17 artigos que estudaram a concentração de mercúrio em tecido muscular de peixes em nove rios da região amazônica. Foram encontrados nesses estudos 27 espécies de peixes não predadores e 62 espécies de peixes predadores. Três espécies de peixes não predadores e 14 espécies de predadores ultrapassaram os limites estabelecidos pela ANVISA de 0,5 mg/kg (para não predadores) e 1,0 mg/kg (para predadores). Os rios mais afetados pela contaminação por mercúrio foram Madeira, Tapajós e Xingu. Considerações finais: Os resultados apresentados demonstram que a contaminação por mercúrio na Amazônia brasileira afeta muitas espécies de peixes predadores, habitualmente consumidas pelas populações ribeirinhas e sua distribuição abrange principalmente, os rios Madeira, Tapajós e Xingu. A adoção de medidas educativas e o monitoramento da exposição das populações em risco são estratégias a serem implementadas pelos serviços de saúde responsáveis pelas populações mais vulneráveis dessa região.
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