Escorpionismo em crianças e adolescentes: fatores clínicos e epidemiológicos associados a casos graves
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Resumo
Objetivo: Analisar a associação entre fatores epidemiológicos e clínicos à gravidade dos acidentes escorpiônicos em crianças e adolescentes. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo transversal quantitativo analisou 648 prontuários de pacientes de zero a doze anos. A variável-desfecho foi a gravidade do escorpionismo, com análises bivariadas (teste Qui-Quadrado de Pearson) e multivariadas de Poisson para identificar fatores associados. Resultados: Evidenciou-se que 34,7% dos casos foram graves, predominando em crianças do sexo feminino, menores de três anos, de cor não branca, urbanas e de Montes Claros. A maioria dos acidentes ocorreu antes das 17h, em membros inferiores, com atendimento após 1h. Sequelas (RP=1,75; IC95% 1,00-3,05) e UTI (RP=2,45 IC95% 1,23-4,88) associaram-se à gravidade, enquanto picadas em membros inferiores reduziram a prevalência de acidentes graves (RP= 0,76; IC95 0,6-2,94). Conclusão: O perfil epidemiológico indicou que a maioria das picadas ocorreu antes das 17h, com atendimento após 1h, e picadas em membros inferiores associaram-se a menor prevalência. O perfil clínico relacionou-se à internação em UTI e ao uso de aminas vasoativas. Dada a importância do escorpionismo em crianças, é crucial esclarecer a população para prevenir acidentes e aprimorar o prognóstico.
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