Gravidez decorrente de violência sexual: caracterização sociodemográfica das mulheres e desfechos das gestações em um serviço público de referência, Maranhão, Brasil
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Resumo
Objetivo: Analisar as características sociodemográficas de mulheres com gravidez decorrente de violência sexual, desfecho das gestações e fatores associados ao aborto legal. Métodos: Estudo transversal com amostra de 150 mulheres com gravidez decorrente de violência sexual atendidas no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão nos anos de 2019, 2020 e 2021. As variáveis de estudo foram analisadas segundo realizar ou não o aborto e os fatores relacionados a decisão. Os dados foram analisados em Epi Info, versão 7.2.3.1., por meio do teste t de Student e Qui-quadrado, considerando-se estatisticamente significativo p<0,05. Resultados: Evidenciou-se associação entre menor média de idade (15,7±5,5 anos versus 20,2±6,8 anos), baixa escolaridade (72,3% com ensino fundamental incompleto) e agressores próximos (87,4%) com a não interrupção legal. A recorrência do estupro é predominante no grupo que optou por manter a gestação (p 0,001). Conclusão: Mulheres mais jovens, baixa escolaridade, estupros recorrentes e relacionamentos com os agressores parecem estar relacionadas com a não interrupção da gestação decorrente de violência sexual. Os achados alertam para a vulnerabilidade social de uma gravidez precoce em crianças e adolescentes e os impactos e riscos envolvendo a jovem gestante, seu filho e o futuro de ambos.
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