Síndrome de Guillain-Barré desencadeada pelo Zika Vírus em paciente pediátrico
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Resumo
Objetivo: Relatar o caso de um lactente do sexo masculino com Síndrome de Guillain-Barré desencadeada pelo vírus Zika. Detalhamento do caso: Trata-se de criança de dois anos de idade que iniciou quadro de fraqueza muscular ascendente, bilateral e simétrica sem pródromos infecciosos. Evoluiu com desconforto respiratório e disautonomias, sendo realizada punção lombar e tratamento com imunoglobulina endovenosa após verificação de dissociação albumino-citológica no líquor. Apresentou padrão desmielinizante na eletroneuromiografia, além de sorologias IgM e IgG positivas para Zika Vírus. Após três meses do início do quadro, a criança apresentou recuperação completa. Considerações finais: A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) caracteriza-se por ser uma polineuropatia desmielinizante aguda e tem como fatores desencadeantes gatilhos imunológicos e infecciosos, incluindo as arboviroses. Em países com incidência significativa de arboviroses, como o Brasil, é imprescindível manter presente em nossa consideração a existência dessas doenças diante de um paciente com SGB. O quadro clínico é marcado por fraqueza muscular bilateral, simétrica e ascendente, além de hiporreflexia e disautonomias. O diagnóstico é primariamente clínico, sendo apoiado por resultados de eletroneuromiografia e características típicas do líquor cefalorraquidiano. O tratamento inclui imunoglobulina endovenosa e plasmaférese, os quais são reservados para casos severos da doença.
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