Pacientes com hanseníase assistidos em um centro de referência na Amazônia: efeitos adversos causados pelo tratamento específico
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Objetivo: Elucidar o perfil epidemiológico e avaliar os efeitos adversos (EA) à poliquimioterapia (PQT) de pacientes com hanseníase, atendidos em um centro de referência na região amazônica. Métodos: Estudo epidemiológico, descritivo e transversal, que seguiu padrões éticos e utilizou prontuários de pacientes que apresentaram algum EA ao uso da PQT no período de 2021 a 2023. Foram considerados parâmetros como gênero, faixa etária, classificação clínica, métodos diagnósticos, esquemas terapêuticos e EA. Resultados: Dos 25 pacientes atendidos no período, 24 (96%) apresentaram algum EA à PQT. O perfil epidemiológico destes esteve de acordo com o cenário nacional, com predominância de homens, na faixa etária de 31 a 60 anos, destacando as formas dimorfa e virchowiana. Reações hansênicas tipo I e II foram observadas, indicando resposta imune exacerbada, especialmente em multibacilares. Houve desafios no tratamento, evidenciando efeitos colaterais como anemia, astenia e náuseas, na maioria das vezes contornáveis. A substituição de medicamentos foi necessária em 4 casos. Conclusão: Limitações metodológicas, como a abordagem transversal, foram reconhecidas. Apesar disso, o estudo proporcionou uma visão sobre reações à PQT em pacientes com hanseníase na região. Os desafios no tratamento ressaltam a necessidade de alternativas terapêuticas com menor impacto adverso.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Copyright © | Todos os direitos reservados.
A revista detém os direitos autorais exclusivos de publicação deste artigo nos termos da lei 9610/98.
Reprodução parcial
É livre o uso de partes do texto, figuras e questionário do artigo, sendo obrigatória a citação dos autores e revista.
Reprodução total
É expressamente proibida, devendo ser autorizada pela revista.
Referências
2. BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Tabnet. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico E Diretrizes Terapêuticas Da Hanseníase. 2022.
4. CAVALCANTE M et al. Multiple Dimensions of Healthcare Management of Leprosy and Challenges to its Elimination. Revista da Escola de Enfermagem. 2020; 54: 1–8.
5. CHEN KH et al. Leprosy: A Review of Epidemiology, Clinical Diagnosis, and Management. Vol. 2022, Journal of Tropical Medicine. Hindawi Limited; 2022.
6. COSTA VDT. Avaliação dos efeitos adversos e comorbidades dos pacientes tratados com poliquimioterapia para Hanseníase em 13 anos no Hospital Universitário Pedro Ernesto [Dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2018.
7. CRUZ GG et al. Estudo epidemiológico das formas clínicas de hanseníase: um panorama histórico e atual. Revista Saúde Multidisciplinar. 2019.
8. DEPS PD et al. Adverse effects from multi-drug therapy in leprosy: a Brazilian study. Lepr Rev. 2007: 216–22.
9. GOULART MI et al. Adverse effects of multidrug therapy in leprosy patients: a five-year survey at a Health Center of the Federal University of Uberlândia. Rev Soc Bras Med Trop. 2002; 35: 453–60.
10. GOUVEIA AR et al. Interrupção e abandono no tratamento da hanseníase. Braz J Hea Rev. 2020; 3(4): 10591–603.
11. KAR S et al. Understanding noncompliance with WHO-multidrug therapy among leprosy patients in Assam, India. J Neurosci Rural Pract. 2010; 1(1): 9–13.
12. KUBOTA RMM. Efeitos adversos da poliquimioterapia para hanseníase [Dissertação]. São José do Rio Preto: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 2012.
13. LASTÓRIA JC, ABREU MAM. Hanseníase: revisão dos aspectos laboratoriais e terapêuticos – parte 2. An Bras Dermatol. 2014; 89(3): 389–403.
14. LOPES FC et al. Leprosy in the context of the family health strategy in an endemic scenario in maranhão: Prevalence and associated factors. Ciencia e Saude Coletiva. 2021; 26(5): 1805–16.
15. MAIA MV et al. Adverse effects of alternative therapy (minocycline, ofloxacin, and clofazimine) in multibacillary leprosy patients in a recognized health care unit in Manaus, Amazonas, Brazil. An Bras Dermatol. 2013; 88(2): 205–10.
16. MAYMONE MBC et al. Leprosy: Clinical aspects and diagnostic techniques. Vol. 83, Journal of the American Academy of Dermatology. Mosby Inc. 2020; 1–14.
17. MONTEIRO LD et al. Tendência temporal e distribuição espacial da mortalidade relacionada à hanseníase no estado do Tocantins, 2000-2015. Epidemiol Serv Saude. 2020; 29(3): 2018336.
18. NASCIMENTO DDS et al. Activity limitation and social participation restriction of people with leprosy: A cross-sectional analysis of magnitude and associated factors in a hyperendemic municipality in the state of Piauí, Brazil, 2001-2014. Epidemiologia e Servicos de Saude. 2020; 29(3).
19. NEUMANN AS et al. Heterogeneous persistence of Mycobacterium leprae in oral and nasal mucosa of multibacillary patients during multidrug therapy. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2022; 117.
20. NIITSUMA ENA et al. Factors associated with the development of leprosy in contacts: A systematic review and meta-analysis. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2021; 24.
21. PANTE CC et al. Severe adverse reactions to multidrug therapy for leprosy, registered in tertiary services between 2012 and 2017 in Brazil. Lepr Rev. 2018; 89: 328–34.
22. PENNA GO et al. National Health Survey reveals high percentage of signs and symptoms of leprosy in Brazil. Ciencia e Saude Coletiva. 2022; 27(6): 2255–8.
23. PINHEIRO MGC et al. Contextual analysis of health care at discharge in leprosy: an integrative review, Revista Gaucha de Enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educacao; 2019, 40.
24. PIRES CAA et al. Análise da ocorrência de reações adversas à poliquimioterapia no tratamento para hanseníase. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2021; 13(2): 1–10.
25. RAMOS ACV et al. Temporal evolution and spatial distribution of leprosy in a municipality with low endemicity in São Paulo state, Brazil. Epidemiologia e Servicos de Saude. 2022; 31(1).
26. RODRIGUES RMG et al. Relato de caso: nefrite intersticial aguda por uso intermitente de rifampicina – dois casos. J Bras Nefrol. 2000; 22(4): 231–5.
27. SANTOS AN et al. Epidemiological Profile and Tendency of Leprosy in People Younger than 15 Years. Revista da Escola de Enfermagem. 2020; 54: 1–8.
28. SINGH H et al. Adverse effects of multi-drug therapy in leprosy, a two years’ experience (2006-2008) in tertiary health care centre in the tribal region of Chhattisgarh State (Bastar, Jagdalpur). Lepr Ver. 2011; 82: 17–24.
29. SOUZA CDF et al. Leprosy and social deprivation: Definition of priority areas in an endemic state northeastern brazil. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2020; 23.
30. TEIXEIRA CSS et al. Nutritional aspects of people affected by leprosy, between 2001 and 2014, in semi-arid Brazilian municipalities. Ciencia e Saude Coletiva. 2019; 24(7): 2431–41.
31. TORTELLY VD et al. Adverse effects of polychemotherapy for leprosy in 13 years of follow-up at a university hospital. An Bras Dermatol. 2021; 96(2): 224–7.
32. YANG J et al. Seventy years of evidence on the efficacy and safety of drugs for treating leprosy: a network meta-analysis. Journal of Infection. 2023; 86(4): 338–51.