Mortalidade materna em uma maternidade para gestação de alto risco de uma cidade do estado da Bahia
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Resumo
Objetivo: Descrever os óbitos maternos ocorridos em maternidade de gestação de alto risco de uma cidade do estado da Bahia. Métodos: Estudo observacional e descritivo que analisou, entre 2015 e 2021, as fichas de investigação hospitalar de óbito materno. Mulheres, no ciclo gravídico-puerperal, que não faleceram por causas externas e cujo óbito ocorreu após 24h de internação foram incluídas. Avaliaram-se as características sociodemográficas e gestacional, o diagnóstico na internação, estado gestacional no óbito e causas morte. Utilizou-se estatística descritiva para análise. Estudo aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: 131 óbitos maternos foram incluídos e 40,5% ocorreram entre 24h e 48h. As mulheres tinham em média 30 anos, eram pardas e pretas (89,3%) e solteiras (52,7%). Na internação, 60,3% estavam gestantes, 33,6% puérperas e 4,6% em abortamento; e a maioria sem doença gestacional, mas com cardiopatia (13%), hipertensão arterial sistêmica (12,2%) e anemia falciforme (11,5%) como principais doenças preexistentes. Motivaram a internação as infecções (30,5%), distúrbios hipertensivos (24,4%) e hemorragia (14,5%); e as principais causas de óbito foram infecção (38,9%), hemorragias (20,6%) e distúrbios hipertensivos (18,4%). Conclusão: Este estudo identificou mulheres que correspondem ao principal grupo de risco para morte materna evitável e sinaliza as fragilidades no acesso aos serviços de saúde materna qualificados.
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