Correção de hipospádias distais em crianças: a reconstrução do prepúcio aumenta a taxa de complicações?

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Caio Eduardo Gomes Benevides
Flávia Cristina Buzato Broch
Rodrigo Pinheiro de Abreu Miranda
Hélio Buson-Filho

Resumo

Objetivo: Relatar a correção cirúrgica de hipospádias distais associada à reconstrução do prepúcio. Método: Estudo observacional retrospectivo de crianças submetidas à correção de hipospádia distal com prepucioplastia entre 2014 e 2022. Resultados: Um total de 70 pacientes foram operados consecutivamente pela mesma cirurgiã, a maioria com a técnica “Tubularized Incised Plate” - TIP/Snodgrass (65,7%), seguida em frequência pelas técnicas Inlay graft (21,4%), Thiersch-Duplay (11,4%) e Glans Approximation Procedure - GAP (1,4%). Em 12 casos (15,7%) ocorreram complicações que necessitaram de intervenção subsequente, sendo a grande maioria fimose, relacionada à reconstrução prepucial (10 casos, 14,3%, 9 deles necessitando de circuncisão, um respondendo bem ao tratamento com esteroides locais). Apenas 2 pacientes (2,8%) apresentaram complicações relacionadas à correção da hipospádia (estenose uretral – 1 meatal, 1 glandar). Um paciente apresentou hematoma isolado com resolução espontânea. Conclusão: Em nossa experiência, adicionar a reconstrução do prepúcio à correção da hipospádia distal não aumenta as taxas de complicações relacionadas à correção da hipospádia. Por outro lado, a prepucioplastia pode apresentar seus próprios riscos de complicações, que devem ser discutidas com os familiares que desejam este tipo de intervenção cirúrgica.

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Como Citar
BenevidesC. E. G., BrochF. C. B., MirandaR. P. de A., & Buson-FilhoH. (2024). Correção de hipospádias distais em crianças: a reconstrução do prepúcio aumenta a taxa de complicações?. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 24(8), e17351. https://doi.org/10.25248/reas.e17351.2024
Seção
Artigos Originais

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