Hanseníase em indígenas do estado do Tocantins: perfil de casos e análise de tendência, 2001-2022

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Maria Clara Conti Almeida
Nicoly Pommer Martins
Geisa Guimarães Monteiro
Jakeline Heville Duarte Pereira Monteiro
Lorena Dias Monteiro
Liana Barcelar Evangelista Guimarães
Thayza Miranda Pereira

Resumo

Objetivo: Descrever os padrões epidemiológicos da hanseníase nos povos indígenas do estado do Tocantins, Brasil, analisando os perfis dos casos e as tendências da doença de 2001 a 2022. Métodos: Estudo quantitativo com dados secundários de hanseníase do Datasus, empregando análise de regressão joinpoint para identificar mudanças significativas nas tendências de detecção de casos novos ao longo do tempo. Resultados: Foram diagnosticados 180 casos novos de hanseníase em indígenas. Houve predominância do sexo masculino (56,1%), multibacilares (63,9%) e forma clínica dimorfa (56,1%). O percentual de casos com grau 1 de incapacidade física no diagnóstico foi de 22,8% e grau 2 de 10,6%. Predominou na região de saúde do Médio Norte Araguaia (47,8%). A análise de regressão joinpoint mostrou variação significativa nas tendências de detecção, com redução na população geral de -3,3% ao ano de 2001 a 2015, seguida por aumento e subsequente queda significativa. Entre indígenas, houve inicialmente um aumento e depois redução significativa na detecção de novos casos. Conclusão: Há necessidade de estratégias de controle da doença adaptadas às peculiaridades culturais e socioeconômicas dos povos indígenas do Tocantins. A evidência de transmissão ativa e diagnóstico tardio reforça a importância de intervenções focadas e culturalmente sensíveis.

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Como Citar
AlmeidaM. C. C., MartinsN. P., MonteiroG. G., MonteiroJ. H. D. P., MonteiroL. D., GuimarãesL. B. E., & PereiraT. M. (2024). Hanseníase em indígenas do estado do Tocantins: perfil de casos e análise de tendência, 2001-2022. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 24(10), e17423. https://doi.org/10.25248/reas.e17423.2024
Seção
Artigos Originais

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