Administração de antiparasitários periodicamente no Brasil
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Resumo
Objetivo: Conjecturar, através de uma revisão narrativa de literatura, sobre a necessidade de manter no Brasil a prática rotineira e periódica de administração em massa de antiparasitários atualmente, seguindo as orientações da OMS. Revisão bibliográfica: Estudos recentes e precisos sobre a situação epidemiológica sobre geohelmintíases no Brasil são escassos, mas percebe-se que, embora haja heterogeneidade geográfica considerável, existem regiões de gravidade absoluta que demandam controle urgente. Seguindo as recomendações da OMS para controle de geohelmintíases, a prevalência dessas doenças no Brasil foi considerada moderada, devendo ser feito controle com administração em massa de antiparasitários anualmente. A literatura mostra exemplos de sucesso imediato com essa intervenção, como no Zimbábue, mas outros exemplos não tão satisfatórios como nas Filipinas, que mesmo após quase uma década de desparasitação ainda mantém graus moderados a graves de intensidade de infecção. Considerações finais: Verifica-se, portanto, a fragilidade na base de evidências que endossam a necessidade de dar sequência ou não para as intervenções já instituídas no Brasil, uma vez que são necessárias criteriosas avaliações destas intervenções para garantir que os dados sejam relevantes e adaptados de forma significativa aos diferentes contextos epidemiológicos encontrados e reformulados com a dinâmica destas intervenções.
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