Tendências epidemiológicas da hanseníase no Piauí: impacto da pandemia da COVID-19 (2019-2023)

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Nádia Pereira da Silva do Rêgo Monteiro
Naira Pereira da Silva do Rêgo Monteiro
Lucas Lemos Silva Maia
Cíntia Maria de Melo Mendes

Resumo

Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da hanseníase no estado do Piauí entre 2019 e 2023 e avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 nas notificações da doença. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo e observacional com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram avaliados casos notificados de hanseníase, explorando variáveis sociodemográficas e clínicas. Utilizou-se análise estatística descritiva para examinar a distribuição temporal dos casos e entre diferentes grupos populacionais. Avaliou-se também o número de notificações nos períodos pré, durante e pós pandemia. Resultados: O estado do Piauí notificou 3.685 casos de hanseníase durante o estudo. Houve uma queda de casos de 2019 para 2020, seguida de aumento até 2022 e nova redução em 2023. Predominaram casos em homens, indivíduos pardos, de 40 a 49 anos e com ensino fundamental incompleto. Formas multibacilares foram mais frequentes, com elevado número de lesões cutâneas e baixo grau de incapacidade. Conclusão: A pandemia da COVID-19 impactou negativamente os esforços de vigilância e controle da hanseníase no Piauí, refletido na variação anual das notificações. São necessárias estratégias contínuas para melhorar a detecção precoce e o tratamento eficaz, especialmente entre as populações mais vulneráveis do estado.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
MonteiroN. P. da S. do R., MonteiroN. P. da S. do R., MaiaL. L. S., & MendesC. M. de M. (2024). Tendências epidemiológicas da hanseníase no Piauí: impacto da pandemia da COVID-19 (2019-2023). Revista Eletrônica Acervo Saúde, 24(8), e17991. https://doi.org/10.25248/reas.e17991.2024
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ALMEIDA ML, et al. Perfil epidemiológico da hanseníase em um estado brasileiro. Brazilian Journal of Health Review, 2023; 6(5): 20042–20051.

2. BARCELOS RMFM, et al. Qualidade de vida de pacientes com hanseníase: uma revisão de escopo. Revista Da Escola De Enfermagem Da USP, 2021; 55: 20200357.

3. BARDIN P. Hansen's disease and the first patient disease Registry. Respirology, 2023; 28(9): 888-889.

4. BARRETO JG, et al. Spatial epidemiology and spatiotemporal clusters of Mycobacterium leprae infection, Maranhão, Brazil. Emerging Infectious Diseases, 2021; 27(7): 1815-1824.

5. CHEN KH, et al. Leprosy: A Review of Epidemiology, Clinical Diagnosis, and Management. Journal of Tropical Medicine, 2022; 2022: 8652062.

6. COLLIN SM, et al. Systematic Review of Hansen Disease Attributed to Mycobacterium lepromatosis. Emerging Infectious Diseases, 2023; 29(7): 1376-1385.

7. CRUZ R, et al. Neglected tropical diseases, neglected communities, and COVID-19: a scoping review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 2021; 18(10): 5118.

8. DA PAZ WS, et al. Impact of the COVID-19 pandemic on the diagnosis of leprosy in Brazil: An ecological and population-based study. Lancet Regional Health – Americas, 2022; 9: 100181.

9. DEPS P. info Hansen: A new online resource for Hansen's disease. PLoS Neglected Tropical Diseases, 2020; 14(10): 0008819.

10. DEPS P e COLLIN SM. Mycobacterium lepromatosis as a Second Agent of Hansen's Disease. Frontiers in Microbiology, 2021; 12: 698588.

11. DEPS P e ROSA PS. One Health and Hansen's disease in Brazil. PLoS Neglected Tropical Disease, 2021; 15(5): 0009398.

12. FROES JUNIOR LAR, et al. Leprosy: clinical and immunopathological characteristics. Anais Brasileiro de Dermatologia, 2022; 97(3): 338-347.

13. GILMORE A, et al. Leprosy (Hansen's disease): An Update and Review. Missouri Medicine, 2023; 120(1): 39-44.

14. HANSEN GA. On The Etiology Of Leprosy. The British and foreign medico-chirurgical review, 1875; 55(110): 459–489.

15. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2024. Disponível em: https ://www.ibge.gov.br. Acessado em: 10 de julho de 2024.

16. KASHINI A e KADALA M. Leprosy: A Review of History, Clinical Presentation and Treatments. American Journal of Infectious Diseases and Microbiology, 2020; 8(3): 88-94.

17. MÁRTIRES GS, et al. Quality of healthcare services to reduce leprosy in Brazil: a trend analysis from 2001 to 2020. Revista Brasileira De Epidemiologia, 2024; 27: 240034.

18. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim epidemiológico de hanseníase. 2023. Disponível em: https ://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim_hanseniase-2023_internet_completo.pdf. Acessado em: 10 de julho de 2024.

19. NOBRE MEW, et al. Perfil e prevalência da hanseníase no Nordeste no período de 2018 a 2022. Brazilian Journal of Health Review, 2024; 7(1): 6203–6210.

20. OLIVEIRA EH, et al. Epidemiological characterization of leprosy, from 2008 to 2018, in the State of Piauí, Brazil. Research, Society and Development, 2020; 9(8): 799986558.

21. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Saúde nas Américas 2022. Panorama da Região das Américas no contexto da pandemia de COVID-19. 2022. Disponível em: https ://iris.paho.org/handle/10665.2/56473/. Acessado em: 10 de julho de 2024.

22. PINTO FG, et al. Factors associated to quality of life in patients with leprosy. Einstein (São Paulo), 2021; 19: eao5936.

23. SAMPAIO APF e COSTA RMPG. Perfil epidemiológico dos casos de Hanseníase no estado do Piauí-Brasil. Contribuciones a las ciencias sociales, 2023; 16(10): 24333–24343.

24. SARKAR S, et al. COVID-19 and leprosy: a perspective. Dermatology Therapy. 2020; 33(6).

25. SOHLER RP, et al. The historical differential diagnosis of the disease that afflicted Aleijadinho, the famous 18th century Brazilian sculptor. Arquivos de Neuro-psiquiatria, 2021; 79(12): 1138-1144.

26. SOUSA LS, et al. Hanseníase: olhar epidemiológico nas regiões brasileiras nos últimos anos. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 2024; 6(4): 647–656.

27. VERNAL S e GOMES CM. Editorial: New insights in leprosy (Hansen's disease). Frontiers in Medicine (Lausanne), 2024; 11: 1372149.

28. WARUSAVITHANA S, et al. United for dignity: four strategic shifts to get to zero leprosy by 2030. Eastern Mediterranean Health Journal, 2022; 28(2): 93-94.

29. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Neglected tropical diseases: impact of COVID-19 and WHO's response. 2020. Disponível em: https ://www.who.int/publications/i/item/who-wer9539-461-468. Acessado em: 12 de julho de 2024.