Hemotransfusões em pacientes internados em um hospital municipal: análise das requisições de transfusão

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Ricardo Romano
Thomaz Jefferson Massaneiro
Rita de Cassia Tonocchi
Auristela Duarte de Lima Moser
Silvia Nathalia Bueno Lopes

Resumo

Objetivo: Analisar as requisições de transfusão de sangue em um hospital municipal. Métodos: Trata-se de um estudo analítico retrospectivo realizado através da análise das requisições de hemotransfusão. Resultados: Foram analisadas 1.866 solicitações de concentrado de hemácias. A anemia foi o motivo mais prevalente, com 49,7%, e 44,32% das requisições foram de dois concentrados de hemácias por requisição. O setor que mais solicitou foi a Unidade de Terapia Intensiva, com 38,7%, seguida pelo pronto-socorro (22,8%). A modalidade urgente foi responsável por 65,3% das solicitações. Em relação aos níveis de hemoglobina, em média 52,68% foi com nível menor que 7 g/dL, seguida por níveis entre 7g/dL e 8 g/dL, com 22,6%. No total, 25,04% das requisições de transfusão deixaram os níveis de hemoglobina em branco. Conclusão: As transfusões ocorrem de forma liberal e não restrita conforme orienta a literatura. A modalidade de transfusão mais solicitada foi a urgente, o que implica em riscos para o paciente, como e também as solicitações sem preenchimento dos motivos e do nível de hemoglobina. Isso demonstra a necessidade de ampliar movimentos de capacitação dos profissionais sobre o manejo do sangue.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
RomanoR., MassaneiroT. J., TonocchiR. de C., MoserA. D. de L., & LopesS. N. B. (2025). Hemotransfusões em pacientes internados em um hospital municipal: análise das requisições de transfusão. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25, e18096. https://doi.org/10.25248/reas.e18096.2025
Seção
Artigos Originais

Referências

1. AMORIM MMR, et al. Perfil das admissões em uma unidade de terapia intensiva obstétrica de uma maternidade brasileira. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 2006; 6(Supl 1): S55-S62.

2. BATISTA A, et al. Processo de transfusão sanguínea: análise de boas práticas. Revista Enfermagem Atual In Derme, 2023; 97(1): e023025.

3. BERGER MD, et al. Significant reduction of red blood cell transfusion requirements by changing from a double-unit to a single-unit transfusion policy in patients receiving intensive chemotherapy or stem cell transplantation. Haematologica, 2012; 97(1): 116-122.

4. BERRO M, RODRÍGUEZ I. ¿Por qué continuamos transfundiendo dos unidades de sangre a la vez si con una sola podría ser suficiente? Revista Médica del Uruguay, 2021; 37(1): e37112.

5. BRASIL. Guia para uso de hemocomponentes. Brasília: Ministério da Saúde, 2015; 136p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_uso_hemocomponentes_2ed.pdf. Acessado em: 17 de junho de 2024.

6. BRASIL. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. 2017. Disponível em: http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Legislacoes/Portaria_Consolidacao_5_28_SETEMBRO_2017.pdf. Acessado em: 17 de junho de 2024.

7. CALLUM JL, et al. The AABB recommendations for the Choosing Wisely campaign of the American Board of Internal Medicine. Transfusion, 2014; 54(9): 2344-2352.

8. CARSON JL, et al. Transfusion thresholds for guiding red blood cell transfusion. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2021; 12: CD002042.

9. DECLARATION OF HELSINKI - Recommendations Guiding Physicians in Biomedical Research Involving Human Subjects. Journal of Nutrition Medicine, 1992; 3(2): 155-157.

10. DE SANTIS GC. Anemia: definição, epidemiologia, fisiopatologia, classificação e tratamento. Medicina (Ribeirão Preto), 2019; 52(3): 239-251.

11. HÉBERT PC, et al. A multicenter, randomized, controlled clinical trial of transfusion requirements in critical care. The Journal of Urology, 1999; 162(1): 280.

12. HSU YMS, et al. Massive transfusion protocols: current best practice. International Journal of Clinical Transfusion Medicine, 2016; 16(4): 15-27.

13. JACKSON GNC, et al. A Prospective audit program to determine blood component transfusion appropriateness at a large university hospital: a 5-year experience. Transfusion Medicine Reviews, 2008; 22(2): 154-161.

14. JORGE ASB, et al. Fatores preditivos da transfusão de concentrado de hemácias em pacientes submetidos a cirurgias eletivas do aparelho digestivo: Uma análise interinstitucional. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 2010; 32(5): 371-377.

15. LOBO SM, et al. Anemia e transfusões de concentrados de hemácias em pacientes graves nas UTI brasileiras (pelo FUNDO-AMIB). Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 2006; 18(3): 234-241.

16. MARÍN GH, et al. Prevalencia de anemia del embarazo y análisis de sus factores condicionantes. Atención Primaria, 2002; 29(3): 158-163.

17. MARVULO NL, et al. Transfusão de eritrócitos em crianças internadas em unidade de terapia intensiva pediátrica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 2006; 18(4): 390-395.

18. MENIS M, et al. Transfusion-associated circulatory overload (TACO) and potential risk factors among the inpatient US elderly as recorded in Medicare administrative databases during 2011. Vox Sanguinis, 2014; 106(2): 144-152.

19. MOZELLA AP, et al. Predictive factors for blood transfusion after total knee arthroplasty. Revista Brasileira de Ortopedia, 2021; 56(4): 463-469.

20. MUÑOZ RLS, et al. Prevalência de anemia em idosos internados em enfermarias gerais de um hospital universitário. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, 2016; 13(1): 25-34.

21. OLIVEIRA KS, GOIS RP. Indicações de transfusão de concentrado de hemácias em uma unidade de terapia intensiva neonatal. Revista de Medicina da UFC, 2022; 62(1): 1-5.

22. ORTEGA ICM, et al. Assessment of weaning indexes based on diaphragm activity in mechanically ventilated subjects after cardiovascular surgery. A pilot study. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 2017; 29(2): 213-221.

23. OZELO MC, et al. Guideline on immune thrombocytopenia in adults: Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Project guidelines: Associação Médica Brasileira – 2018. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, 2018; 40(1): 50-74.

24. PAULA IC, et al. Perfil transfusional en diferentes tipos de unidades de cuidados intensivos. Revista Brasileira de Anestesiologia, 2014; 64(3): 183-189.

25. PESSOA RGR, et al. O impacto de um protocolo institucional de práticas transfusionais em unidades de terapia intensiva neonatal. Revista de Medicina da UFC, 2018; 58(3): 15-19.

26. ROHDE JM, et al. Health care-associated infection after red blood cell transfusion: A systematic review and meta-analysis. Jama, 2014; 311(13): 1317-1326.

27. SANTOS AA, et al. Risco de mortalidade é dose-dependente do número de unidades de concentrado de hemácias transfundidas após cirurgia de revascularização miocárdica. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, 2013; 28(4): 509-517.

28. SCHAFASCHEK HS, et al. Estudo da prevalência de anemia gestacional e fatores associados na maternidade de referência do município de Joinville – SC. Revista de Medicina, 2019; 98(6): 389-395.

29. SHANDER A, et al. Activity-based costs of blood transfusions in surgical patients at four hospitals. Transfusion, 2010; 50(4): 753-765.

30. SHANDER A, et al. Appropriateness of allogeneic red blood cell transfusion: The international consensus conference on transfusion outcomes. Transfusion Medicine Reviews, 2011; 25(3): 232-246.e53.

31. SOARES JM, et al. Anesthesiologists’ knowledge about packed red blood cells transfusion in surgical patients. Revista Brasileira de Anestesiologia, 2017; 67(6): 584-591.

32. SOUZA DA, et al. Critical evaluation of justifications for the transfusion of red blood cells: The reality of a government emergency hospital. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 2013; 35(4): 263-267.

33. THAKKAR RN, et al. Relative impact of a patient blood management program on utilization of all three major blood components. Transfusion, 2016; 56(9): 2212-2220.