A cobertura da triagem neonatal e as características sociodemográficas no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional da Saúde – 2019

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Juliana Cantele Xavier
Camila Mendes dos Passos
Juliane Firmino Conte Penna
Géssica Teixeira Gualberto
Maria Luiza Cacemiro Gomes
Wesley Abijaude
Ísis Milani de Sousa Teixeira
Gabrielly Vaillant Quintão
Mara Rúbia Maciel Cardoso do Prado
Pedro Paulo do Prado Júnior

Resumo

Objetivo: Descrever as coberturas dos rastreamentos da triagem neonatal no Brasil, a partir dos dados da Pesquisa Nacional da Saúde (PNS), e correlacionar com variáveis sociodemográficas. Métodos: Pesquisa quantitativa e descritiva, para a qual utilizou-se uma subamostra de dados coletados pela PNS de 2019. Foram analisadas frequências absolutas e relativas, além de seus intervalos de confiança. As coberturas dos testes e o recebimento de resultados foram estimados, considerando os estratos demográficos de idade, raça/cor, renda, região e área. Diferenças de prevalência foram avaliadas pelo teste Qui-quadrado de Pearson, com significância de 5%. Resultados: Observou-se uma maior proporção de crianças negras, de baixa renda, residentes no Norte e Nordeste e em área urbana. A menor cobertura encontrada foi de 61,9% para o teste do coraçãozinho. Houve variação na cobertura em tempo preconizado e acesso aos resultados. Identificaram-se iniquidades na cobertura, no acesso em tempo preconizado e no acesso aos resultados.  Menores coberturas foram associadas a raça/cor, renda, região e área de moradia. A cobertura para triagem neonatal completa foi de 49,1%. Conclusão: O acesso ao teste do pezinho foi superior aos demais. O estudo também revelou disparidades sociodemográficas na triagem neonatal no Brasil, destacando a urgência de fortalecer as políticas intersetoriais.

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Como Citar
XavierJ. C., PassosC. M. dos, PennaJ. F. C., GualbertoG. T., GomesM. L. C., AbijaudeW., Teixeira Ísis M. de S., QuintãoG. V., PradoM. R. M. C. do, & Prado JúniorP. P. do. (2024). A cobertura da triagem neonatal e as características sociodemográficas no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional da Saúde – 2019. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 24(12), e18191. https://doi.org/10.25248/reas.e18191.2024
Seção
Artigos Originais

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