Alterações auditivas, cognitivas e vestibulares na síndrome pós-COVID

Resumo

Objetivos: Descrever os aspectos clínicos e epidemiológicos relacionados a audição, a cognição e ao equilíbrio de pacientes com síndrome pós-COVID-19. Métodos: Pesquisa analítica transversal com 51 indivíduos, entre 18 e 80 anos, diagnosticados clinicamente e laboratorialmente com COVID-19 nos últimos dois anos. Foram realizados exames audiológicos, testes cognitivos (MOCA e MOCA-B) e exames vestibulares. Resultados: A amostragem foi de 51 indivíduos, sendo predominante o sexo feminino. As manifestações clínicas mais frequentes foram: zumbido (60,8%), hipoacusia (56,9%), alterações na memória a curto prazo (80,4%), na memória de trabalho (68,6%) e vertigem (60,8%). Além disso, 58,1% dos pacientes apresentaram perda auditiva audiometricamente documentada, sendo neurossensorial (88,9%) e grau leve (61,1%) e bilateral (88,9%). Na avaliação da função dos canais semicirculares pelo Video-Head Impulse Test, 66,66% dos resultados foram normais, enquanto 33,3% apresentaram alterações, sendo a hipofunção do canal semicircular posterior direito a mais encontrada (33,33%).  Nos testes cognitivos foi observado déficits em linguagem, abstração, função executiva e fluência. Conclusão: Conclui-se que as principais alterações auditivas, cognitivas e vestibulares encontradas em pacientes na síndrome pós-COVID-19 na região Metropolitana de Belém foram a perda auditiva neurossensorial, comprometimento cognitivo leve e hipofunção de canal posterior direito, respectivamente.