Febre maculosa no século XXI: panorama da mortalidade em um contexto nacional

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Marcelo Vinícius Pereira Silva
Mariana Aisla Pereira Lima
Isaac Manoel Rocha
Soraia Maria Pereira Gualda Santos
André de Abreu Rangel Aguirre
Flávio Aparecido Terassini

Resumo

Objetivo: Analisar a mortalidade por febre maculosa no Brasil de 2001 a 2023. Métodos: Estudo retrospectivo e observacional utilizando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Painel de Mortalidade CID-10, focado na condição A77 (Febre maculosa). Foram analisadas variáveis como temporalidade, região, sexo, etnia e faixa etária. Resultados: Foram registrados 608 óbitos, com a maior taxa de mortalidade na faixa etária de 50 a 59 anos, diminuindo após os 60 anos. Picos sazonais de óbitos foram observados nos meses de setembro e outubro, com uma predominância significativa de mortalidade entre homens (77,8%). A região Sudeste concentrou a maioria dos óbitos (96,58%), com prevalência em indivíduos de etnia branca (64,6%). Conclusão: A mortalidade por febre maculosa apresenta caráter sazonal, com maior impacto em homens, indivíduos de etnia branca, e na região Sudeste. Esses achados ressaltam a importância do diagnóstico precoce, tratamento adequado, e campanhas de conscientização, além do aprimoramento da vigilância epidemiológica, especialmente na região mais afetada.

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Como Citar
SilvaM. V. P., LimaM. A. P., RochaI. M., SantosS. M. P. G., AguirreA. de A. R., & TerassiniF. A. (2024). Febre maculosa no século XXI: panorama da mortalidade em um contexto nacional. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 24(10), e18307. https://doi.org/10.25248/reas.e18307.2024
Seção
Artigos Originais

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