Agressões, abusos e maustratos durante a graduação em medicina
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Resumo
Objetivo: Avaliar a percepção dos acadêmicos de medicina sob reagressões e maus-tratos durante a graduação, identificando perpetradores, tipos de violência e associando variáveis acadêmicas e sociodemográficas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, realizado com 237 estudantes de medicina de Minas Gerais, entre novembro de 2020 e março de 2021. Os participantes preencheram um questionário on-line contend questões sociodemográficas e o questionário Perceptions of medical students on their learning environment. A análise dos dados foi composta por estatística descritiva e análise univariada, utilizando teste Qui-quadrado de Pearson ouexato de Fisher, com auxílio do Stata, versão 15.1. Resultados: A violência verbal, como gritos, afetou 62,1% dos participantes, enquanto a humilhação alcançou 77,9%. Tarefas punitivas e crédito indevido por trabalhos foram relatados por 34,2% e 66,3%, respectivamente. Assédio sexual e discriminação atingiram 59,6%, e 4,2% relataram agressão física, com 10,4% mencionando ameaças. Colegas (89,2%) e professores (87,1%) emergiram como principais perpetradores, incluindo médicos e preceptores. Conclusão: A frequência de agressões foi alta, destacando a depreciação ou humilhação como a forma mais comum de violência. Faz-se necessáriaaimplementação de um código de conduta ética e ouvidorias capacitadas para prevenir e responder a essas situações de violência nas instituições de Ensino.
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