Características epidemiológicas de mulheres com doença de Chagas aguda no estado do Pará entre os anos de 2012 a 2021

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Jessica Leonan Lima Ferreira
Larissa Nascimento da Costa
Isabelle Coelho da Silva
Dilma do Socorro Moraes de Souza

Resumo

Objetivo: Analisar as características epidemiológicas de mulheres com doença de Chagas (DC) Métodos: Estudo transversal descritivo, usando-se dados de notificações de DC na fase aguda em mulheres entre 10 a 59 anos no Estado do Pará de 2012 a 2021. Extraíram-se informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no DATASUS. Resultados: Foram notificados 776 casos de doença de Chagas aguda (DCA) em mulheres na faixa etária e período estudado, maioria entre 20 a 39 anos (45,36%), sendo 2018 o ano com maior incidência (113 casos). Sazonalmente, evidenciou-se aumento significativo dos casos a partir do mês de julho até janeiro. 44 municípios tiveram notificações, sendo Ananindeua com maior número (23,84%). A raça parda foi a mais acometida (80,41%). A via de transmissão oral prevaleceu (83,11%), assim como o método laboratorial de critério diagnóstico (96,13%), a possível infecção em domicílio (63,53%) e a evolução dos casos com vida (87,24%). Notificaram-se 63 casos de gestantes com DCA.  Conclusão: A DCA teve maior incidência na faixa etária de 20 a 39 anos e cerca de 8% dos casos em gestantes, sendo uma problemática relevante por tratar-se de um público em idade fértil e com potencial risco de transmissão congênita.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
FerreiraJ. L. L., CostaL. N. da, SilvaI. C. da, & SouzaD. do S. M. de. (2025). Características epidemiológicas de mulheres com doença de Chagas aguda no estado do Pará entre os anos de 2012 a 2021. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25, e19867. https://doi.org/10.25248/reas.e19867.2025
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ALMEIDA ML, et al. Epidemiologia da Doença de Chagas aguda no Brasil entre 2013 e 2023. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2024; 24(4): e15955.

2. BERN C, et al. Chagas Disease in the United States: a Public Health Approach. Clinical Microbiology Reviews, 2019; 33(1): e1098-6618.

3. BRASIL. Guia de Vigilância em Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços - Ministério da Saúde, 2019; volume único (3): 464-487. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf. Acessado em: 05 de outubro de 2024.

4. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico Especial - Chagas. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-deconteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2021/boletim_especial_chagas_14a br21_b.pdf. Acessado em: 12 de setembro de 2024.

5. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Chagas. 2018. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view. Acessado em: 20 de setembro de 2024.

6. CARLIER Y, TORRICO F. Congenital infection with Trypanosoma cruzi: from mechanisms of transmission to strategies for diagnosis and control. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2003; 36(6): 767-771.

7. CLOVIS ER. Análise da percepção de acadêmicos de medicina de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil sobre a doença de Chagas e seus vetores. Dissertação (Mestrado Profissional em Entomologia em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021; 60 p.

8. DIAS JCP, et al. II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2016; 25: 7-86.

9. ECHEVERRIA LE, MORILLO CA. American Trypanosomiasis (Chagas Disease). InfectiousDiseaseClinicsof North America, 2019; 33(1): 119-134.

10. GALVÃO C, et al. Vetores da doença de Chagas no Brasil. Sociedade Brasileira de Zoologia, 2014; 289 p: e9788598203096.

11. GOMES LCPC. Doença de chagas em gestantes: primeiros registros de transmissão vertical no Pará. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia e Vigilância em Saúde) - Programa de Pós-Graduação em Virologia. Instituto Evandro Chagas, Ananindeua, 2022; 61 p.

12. HASSLOCHER-MORENO AM, et al. Temporal changes in the clinical-epidemiological profile of patients with Chagas disease at a referral center in Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2021; 2(54): e00402021.

13. HOCHBERG NS, MONTGOMERY SP. Chagas Disease. Annals of Internal Medicine, 2023; 176(2): e10.7326.

14. HOWARD EJ, et al. Frequency of the congenital transmission of Trypanosoma cruzi: a systematic review and meta-analysis. BJOG: AnInternationalJournalofObstetrics&Gynaecology, 2014; 121(1): 22-33.

15. IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2022: características gerais da população e indicadores sociais. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acessado em: 05 de outubro de 2024.

16. LEITÃO JCL, et al. Doença de Chagas Aguda no Brasil: aspectos epidemiológicos de 2018 a 2021. BrazilianJournalof Health Review, 2024; 7(1): 6374-6386.

17. LIDANI KCF, et al. Chagas Disease: From Discovery to a Worldwide Health Problem. Front Public Health, 2019; 7: 166.

18. LlMA ABR, et al. Evolução do perfil epidemiológico e clínico da doença de Chagas aguda no Brasil: estudo de uma década. BrazilianJournalofImplantologyand Health Sciences, 2024; 6(8): 1447-1458.

19. MARIN-NETO JA, et al. Diretriz da SBC sobre Diagnóstico e Tratamento de Pacientes com Cardiomiopatia da Doença de Chagas – 2023. Arq. Bras. Cardiol, 2023; 120(6): e20230269.

20. MARQUES AA, HENNINGTON EA. As repercussões da Doença de Chagas no contexto de vida e trabalho de usuários de instituto de pesquisa. Saúde Debate, 2017; 41: 215-224.

21. MARTINS-MELO FR, et al. Systematic review: Prevalence of Chagas disease in pregnant women and congenital transmission of Trypanosoma cruzi in Brazil: a systematic review and meta-analysis. Tropical Medicine &International Health, 2014; 19(8): 943-957.

22. MEYMANDI S, et al. Treatment of Chagas Disease in the United States. Currenttreatmentoptions in infectiousdiseases, 2018; 10(3): 373-388.

23. NASCIMENTO LPGR, et al. Prevalência da doença de Chagas associada ao modo de infecção. Revista Cogitare Enfermagem, 2021; 26: e73951.

24. NUNES MCP, et al. Chagas Cardiomyopathy: An Update of Current Clinical Knowledge and Management: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation, 2018; 138(12): e169–e209.

25. OPAS. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE 2020. Doença de Chagas. Disponível em:https://www.paho.org/pt/topicos/doenca-chagas. Acesso em: 20 de setembro de 2024.

26. OPAS. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE 2023. Menos de 10% das pessoas com Chagas recebem um diagnóstico. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/13-4-2023-menos-10-das-pessoas-com-chagas-recebem-um-diagnostico. Acesso em: 20 setembro de 2024.

27. RIOS L, et al. Epidemiology and pathogenesis of maternal-fetal transmission of Trypanosoma cruzi and a case for vaccine development against congenital Chagas disease. Biochimica et biophysica acta. Molecular basisofdisease, 2020; 1866(3): e165591.

28. ROSA LM, et al. Perfil demográfico e epidemiológico da doença de chagas aguda. Revista Científica Multidisciplinar, 2023; 4(11): e4114239.

29. SANTANA KH, et al. Epidemiology of Chagas disease in pregnant women and congenital transmission of Trypanosoma cruzi in the Americas: systematic review and meta-analysis. Tropical Medicine &International Health, 2020; 25(7): 752-763.

30. SCHMIDT A, et al. Epidemiologia no século XXI e aspectos clínicos da doença de Chagas crônica. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, 2016; 26(4): 230-233.

31. SIRIANO LR. Influência da gestação na parasitemia por hemocultura em gestantes infectadas pelo trypanosoma cruzi na fase crônica. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical e Saúde Pública, na área de concentração de Parasitologia) - Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2007; 64 p.

32. SOUSA AS, et al. The CUIDA Chagas Project: Towards the Elimination of Congenital Transmission of Chagas Disease in Bolivia, Brazil, Colombia, and Paraguay. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2021; 55: e01712022.

33. SOUZA AS, et al. Análise espaço-temporal da doença de Chagas e seus fatores de risco ambientais e demográficos no município de Barcarena, Pará, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2017; 20(4): 742-755.

34. TORRICO F, et al. Maternal Trypanosoma cruzi infection, pregnancy outcome, morbidity, and mortality of congenitally infected and non-infected newborns in Bolivia. American Journalof Tropical Medicine andHygiene, 2004; 70(2): 201-9.