Análise dos usuários de profilaxia pré-exposição de risco ao vírus da imunodeficiência humana na região Norte do Brasil, 2018 - 2023
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Resumo
Objetivo: Analisar as dispensações de pré-exposição de risco ao vírus da imunodeficiência humana (PrEP) na região Norte do Brasil, caracterizando os usuários que acessaram a profilaxia. Métodos: Estudo transversal, baseado em dados do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom) entre 2018 e 2024. Foram analisados dados demográficos, de escolaridade, raça/cor, e vínculo com serviços de saúde. As análises estatísticas incluíram o teste qui-quadrado de Pearson (p<0,05). Resultados: Foram analisados 7.105 usuários de PrEP. A maioria dos participantes era parda (63,5%; n=4.514), possuía escolaridade igual ou superior a 12 anos (62,8%; n=4.462) e identificava-se como gays e outros homens que fazem sexo com homens (68,5%; n=4.870). A maior parte dos usuários estava vinculada a serviços especializados, com destaque para o Amazonas (40,9%; n=2.909). Apesar do aumento na adesão à PrEP, desafios como barreiras geográficas, desinformação e estigma social persistem. Em 2023, a permanência na PrEP foi de 62,2% (n=4.418), com maiores índices no Amapá (71,9%; n=258). Conclusão: O estudo destaca o impacto positivo da PrEP na prevenção do HIV, mas evidencia desigualdades regionais e sociais no acesso. São necessárias políticas públicas específicas para superar as barreiras estruturais e sociais, ampliando o alcance e a efetividade dessa estratégia na região Norte.
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