Nascer em Belo Horizonte: fatores gineco-obstétricos e processo decisório da via de nascimento na rede suplementar de saúde
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Resumo
Objetivo: Analisar a associação entre fatores gineco-obstétricos e o processo decisório sobre a via de nascimento na rede suplementar de saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Métodos: Estudo transversal realizado em quatro maternidades da rede suplementar de saúde. A amostra incluiu 223 mulheres, e modelos de regressão de Poisson ajustados foram aplicados para estimar a Razão de Prevalência (RP). Resultados: A maioria das mulheres tinham entre 20 e 34 anos (73,33%), pele não branca (55,36%), ensino médio (51,01%) e 96,6% realizaram pré-natal no setor privado. A cesariana foi a via predominante (69,06%), com 36,31% das mulheres não entrando em trabalho de parto e, em 39,24% dos casos, a decisão pela via de nascimento foi atribuída ao médico. A ausência de partos normais prévios e a presença de intercorrências obstétricas aumentaram a prevalência de cesariana. Conclusão: A elevada taxa de cesarianas na rede suplementar de saúde reflete a influência de fatores obstétricos e da decisão médica no processo. Torna-se essencial que a equipe multidisciplinar promova uma assistência segura e qualificada, garantindo a participação ativa das mulheres durante a gestação, parto e puerpério.
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