Perfil da mortalidade materna e sua relação com a qualidade do pré-natal nas capitais do Brasil, entre 2010 e 2020

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Cibelle de Araújo Silva
Danilo Bittencourt Aiezza Jambo
Isabella Vieira Portal
Kaê Garcia Veiga
Larissa Brabo Collyer Carvalho
Maria Paula Bastos Andrade Moutinho da Conceição
Sofia Albuquerque Andrade de Sena
Vitoria Luciana Barbosa Gomes
Rafaela Gonçalves Sarraff
Maria Helena Cruz Rodrigues

Resumo

Objetivo: Avaliar o perfil da mortalidade materna e sua relação com a qualidade do Pré-Natal nas capitais brasileiras, entre 2010 e 2020. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo das características dos óbitos materno e assistência do Pré-Natal no Brasil. Resultados: Houve aumento da mortalidade materna no período, saindo de 62,1/100.000 (2010) para 91,3/100.000 (2020). Para cobertura da Atenção Básica, variou de 66,6%-70,4% e Estratégias Saúde da Família entre 47,5%e54,7%; com maior mortalidade nas capitais de menor cobertura (Rio de Janeiro, Porto Velho, Manaus, São Luís e Fortaleza). Referente a acessibilidade do Pré-Natal, 96,3% das capitais apresentam baixa cobertura de não utilização (2,5%-33,9%), contudo, à qualidade, 92,6% demonstram baixa realização do exame básico de sífilis e HIV (<42%-indicador do Pré-Natal) e baixa cobertura de plano de saúde (50%-58,3%). Houve maior mortalidade entre 30-39 anos (42,6%), solteiras (65,9%), baixa escolaridade (44,3%), seguindo esse mesmo perfil para características materna por nascidos vivos, com adequação na duração da gestação (87,1%- 37 a 41 semanas) e consultas > 7(67,7%), contudo, prevalece cesariana (55,4%) e causa morte CID O91-O99. Conclusão: Houve baixa qualidade dos serviços de Pré-Natal na APS, logo, infere-se as elevadas taxas de mortalidade materna decorrentes dessas inadequações. 

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
SilvaC. de A., JamboD. B. A., PortalI. V., VeigaK. G., CarvalhoL. B. C., ConceiçãoM. P. B. A. M. da, SenaS. A. A. de, GomesV. L. B., SarraffR. G., & RodriguesM. H. C. (2025). Perfil da mortalidade materna e sua relação com a qualidade do pré-natal nas capitais do Brasil, entre 2010 e 2020. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25(5), e20112. https://doi.org/10.25248/reas.e20112.2025
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ALDRIGHI JD, et al. Vivência de mulheres na gestação em idade tardia. Rev Gaúcha Enferm, 2018.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da atenção básica: Saúde das mulheres. Brasília, Brasil, 2016.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico, 53, 2021.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Gestação de Alto Risco. High-risk pregnancy manual, 2022.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. NOTA TÉCNICA Nº 1/2022-SAPS/MS, 2022.
6. BRASIL. Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde, 2024.
7. CAMACHO ENR, et al. Causa de mortalidade materna na região metropolitana I no triênio 2013-2015, Belém, PA. Nursing, 2020; 23(262): 3693-3697.
8. CANTALIXTO VF, FARIAS FN. Conceitos e características da morbidade materna e near miss: revisão bibliográfica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2021; 13(1): e5752.
9. CELESTINO LC, et al. Avaliação de indicadores da assistência pré-natal em uma equipe da estratégia de saúde da família, no interior do estado de Minas Gerais. Rev. SODEBRAS, 2018; 146(13).
10. COMMITTEE ON PRACTICE BULLETINS-OBSTETRICS. ACOG Practice Bulletin No. 199: use of pro - phylactic antibiotics in labor and delivery. Ob - stet Gynecol, 2018.
11. DIAS EG, et al. Percepção das gestantes quanto a importância das ações educativas promovida pelo enfermeiro no pré-natal em uma unidade básica de saúde. Revista Eletrônica Gestão e Saúde, 2015; 6(3).
12. DIAS EG, et al. Ações do enfermeiro no pré-natal e a importância atribuída pelas gestantes, 2018.
13. GOMES MNA, et al. Nota Técnica Para Organização Da Rede De Atenção À Saúde Com Foco Na Atenção Primária À Saúde e Na Atenção Ambulatorial Especializada – Saúde Da Mulher Na Gestação, Parto E Puerpério. Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. São Paulo, 2019.
14. MARINHO MF, et al. Dados para a saúde: impacto na melhoria da qualidade da informação sobre causas de óbito no Brasil. Rev. bras. Epidemiol, 2020.
15. MARIO DN, et al. Qualidade do Pré-Natal no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Ciência & Saúde Coletiva, 2019; 24(3): 1223-1232.
16. MARTINELLI KG, et al. Adequação do processo da assistência pré-natal segundo os critérios do programa de humanização do pré-natal e nascimento e rede cegonha. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 2014; 36(2).
17. MARTINS PL e MENEZES RA. Gestação em idade avançada e aconselhamento genético: um estudo em torno das concepções de risco. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2022; 32(2).
18. MASCARELLO KC, et al. Complications and cesarean section with - out indication: systematic review and metaanalysis. Rev Saúde Pública, 2017.
19. MENDONÇA IS, et al. Tendência da mortalidade materna no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, entre 2006 e 2018, segundo a classificação CID-MM. Cad. Saúde Pública, 2022; 38(3).
20. MOHAMMADI S. et al. Afghan migrants face more suboptimal care than natives: a maternal near-miss audit study at university hospitals in tehran, iran. Bmc Pregnancy Revista de Casos e Consultoria, 2018; 13(1).
21. OLIVEIRA IG, et al. Mortalidade materna no Brasil: análise de tendências temporais e agrupamentos espaciais. Ciência & Saúde Coletiva, 2024.
22. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Saúde Materna, 2022.
23. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Relatório anual de desenvolvimento humano, 2022.
24. SOUZA PRB, et al. Cobertura de plano de saúde no Brasil: análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 e 2019. Ciência & Saúde Coletiva, 2021; 26(1): 2529-2541.
25. SOUZA SS, et al. Basic Health Indicator: Primary Care and Deaths In Women Of Childbearing Age Rev enferm UFPE, 2021; 15(2).
26. SOUZA RAG, et al. Influência da assistência pré-natal na redução da mortalidade materna: uma revisão integrativa. Revista de Casos e Consultoria, 2022; 13(1).
27. STREFLING IS, et al. Perceptions of puerperas on nursing care in joint accommodation. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 2017; 9(2).