Perfil da mortalidade materna e sua relação com a qualidade do pré-natal nas capitais do Brasil, entre 2010 e 2020
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Objetivo: Avaliar o perfil da mortalidade materna e sua relação com a qualidade do Pré-Natal nas capitais brasileiras, entre 2010 e 2020. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo das características dos óbitos materno e assistência do Pré-Natal no Brasil. Resultados: Houve aumento da mortalidade materna no período, saindo de 62,1/100.000 (2010) para 91,3/100.000 (2020). Para cobertura da Atenção Básica, variou de 66,6%-70,4% e Estratégias Saúde da Família entre 47,5%e54,7%; com maior mortalidade nas capitais de menor cobertura (Rio de Janeiro, Porto Velho, Manaus, São Luís e Fortaleza). Referente a acessibilidade do Pré-Natal, 96,3% das capitais apresentam baixa cobertura de não utilização (2,5%-33,9%), contudo, à qualidade, 92,6% demonstram baixa realização do exame básico de sífilis e HIV (<42%-indicador do Pré-Natal) e baixa cobertura de plano de saúde (50%-58,3%). Houve maior mortalidade entre 30-39 anos (42,6%), solteiras (65,9%), baixa escolaridade (44,3%), seguindo esse mesmo perfil para características materna por nascidos vivos, com adequação na duração da gestação (87,1%- 37 a 41 semanas) e consultas > 7(67,7%), contudo, prevalece cesariana (55,4%) e causa morte CID O91-O99. Conclusão: Houve baixa qualidade dos serviços de Pré-Natal na APS, logo, infere-se as elevadas taxas de mortalidade materna decorrentes dessas inadequações.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Copyright © | Todos os direitos reservados.
A revista detém os direitos autorais exclusivos de publicação deste artigo nos termos da lei 9610/98.
Reprodução parcial
É livre o uso de partes do texto, figuras e questionário do artigo, sendo obrigatória a citação dos autores e revista.
Reprodução total
É expressamente proibida, devendo ser autorizada pela revista.
Referências
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da atenção básica: Saúde das mulheres. Brasília, Brasil, 2016.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico, 53, 2021.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Gestação de Alto Risco. High-risk pregnancy manual, 2022.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. NOTA TÉCNICA Nº 1/2022-SAPS/MS, 2022.
6. BRASIL. Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde, 2024.
7. CAMACHO ENR, et al. Causa de mortalidade materna na região metropolitana I no triênio 2013-2015, Belém, PA. Nursing, 2020; 23(262): 3693-3697.
8. CANTALIXTO VF, FARIAS FN. Conceitos e características da morbidade materna e near miss: revisão bibliográfica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2021; 13(1): e5752.
9. CELESTINO LC, et al. Avaliação de indicadores da assistência pré-natal em uma equipe da estratégia de saúde da família, no interior do estado de Minas Gerais. Rev. SODEBRAS, 2018; 146(13).
10. COMMITTEE ON PRACTICE BULLETINS-OBSTETRICS. ACOG Practice Bulletin No. 199: use of pro - phylactic antibiotics in labor and delivery. Ob - stet Gynecol, 2018.
11. DIAS EG, et al. Percepção das gestantes quanto a importância das ações educativas promovida pelo enfermeiro no pré-natal em uma unidade básica de saúde. Revista Eletrônica Gestão e Saúde, 2015; 6(3).
12. DIAS EG, et al. Ações do enfermeiro no pré-natal e a importância atribuída pelas gestantes, 2018.
13. GOMES MNA, et al. Nota Técnica Para Organização Da Rede De Atenção À Saúde Com Foco Na Atenção Primária À Saúde e Na Atenção Ambulatorial Especializada – Saúde Da Mulher Na Gestação, Parto E Puerpério. Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. São Paulo, 2019.
14. MARINHO MF, et al. Dados para a saúde: impacto na melhoria da qualidade da informação sobre causas de óbito no Brasil. Rev. bras. Epidemiol, 2020.
15. MARIO DN, et al. Qualidade do Pré-Natal no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Ciência & Saúde Coletiva, 2019; 24(3): 1223-1232.
16. MARTINELLI KG, et al. Adequação do processo da assistência pré-natal segundo os critérios do programa de humanização do pré-natal e nascimento e rede cegonha. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 2014; 36(2).
17. MARTINS PL e MENEZES RA. Gestação em idade avançada e aconselhamento genético: um estudo em torno das concepções de risco. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2022; 32(2).
18. MASCARELLO KC, et al. Complications and cesarean section with - out indication: systematic review and metaanalysis. Rev Saúde Pública, 2017.
19. MENDONÇA IS, et al. Tendência da mortalidade materna no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, entre 2006 e 2018, segundo a classificação CID-MM. Cad. Saúde Pública, 2022; 38(3).
20. MOHAMMADI S. et al. Afghan migrants face more suboptimal care than natives: a maternal near-miss audit study at university hospitals in tehran, iran. Bmc Pregnancy Revista de Casos e Consultoria, 2018; 13(1).
21. OLIVEIRA IG, et al. Mortalidade materna no Brasil: análise de tendências temporais e agrupamentos espaciais. Ciência & Saúde Coletiva, 2024.
22. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Saúde Materna, 2022.
23. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Relatório anual de desenvolvimento humano, 2022.
24. SOUZA PRB, et al. Cobertura de plano de saúde no Brasil: análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 e 2019. Ciência & Saúde Coletiva, 2021; 26(1): 2529-2541.
25. SOUZA SS, et al. Basic Health Indicator: Primary Care and Deaths In Women Of Childbearing Age Rev enferm UFPE, 2021; 15(2).
26. SOUZA RAG, et al. Influência da assistência pré-natal na redução da mortalidade materna: uma revisão integrativa. Revista de Casos e Consultoria, 2022; 13(1).
27. STREFLING IS, et al. Perceptions of puerperas on nursing care in joint accommodation. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 2017; 9(2).