Panorama social, clínico e nutricional de crianças com microcefalia relacionada à Síndrome Congênita do vírus Zika
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Resumo
Objetivo: Investigar o atual panorama socioeconômico, clínico, alimentar e antropométrico das crianças acometidas pela SCZ. Métodos: Foram recrutadas crianças com diagnóstico de microcefalia associada à SCZ, atendidas entre 2020 e 2022 em um ambulatório de nutrição deum hospital universitário. Coletou-se informações socioeconômicas da família, clínicas, alimentares e antropométricas das crianças. Resultados: Foram incluídas 38 crianças, sendo a maioria delas com renda mensal per capita abaixo da linha da pobreza (71,1%). Disfagia e constipação intestinal foram as condições clínicas mais prevalentes (42,1% e 44,7%, respectivamente). Na dimensão alimentar e nutricional, cerca de 50% delas não foram amamentadas exclusivamente até o 6º mês de vida, e apresentaram inadequação nos índices de peso (65,8%), estatura (44,8%) e IMC para a idade (69,0%). Foi observada relação entre a presença de desvios nutricionais com as variáveis socioeconômicas e clínicas (p < 0,05). Conclusão: O estudo demonstrou um perfil familiar economicamente vulnerável e comprometimento clínico das crianças, em especial do trato gastrointestinal, além de expressiva presença de desvios nutricionais relacionadas a essas vulnerabilidades.
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