Panorama do nível de tacrolimo em pacientes transplantados renais de um hospital do Ceará

Resumo

Objetivo: Relacionar medicamentos e fatores associados com alterações do nível de tacrolimo em pós-transplantados de um Hospital Universitário do Ceará. Métodos: Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo com dados de prontuários (n=181) (março/2019-maio/2022). Avaliaram-se variáveis sociodemográficas, comorbidades, níveis de tacrolimo no sangue (na data, 30 dias e 1 ano após a alta) e a farmacoterapia utilizada na alta. Resultados: Prevaleceram pacientes entre 31 e 59 anos, do sexo masculino, incapazes de ler ou escrever ao 1º grau completo. Ademais, predominaram pacientes hipertensos, diabéticos e dislipidêmicos. A internação média foi de 21,52 ± 16,11 dias, com 64,1% dos pacientes utilizando 5-10 medicamentos. Detectaram-se interações dos imunossupressores utilizados com anlodipino, isoniazida, omeprazol e prednisona. Trinta dias e um ano pós-alta, reduziram-se as alterações dos níveis de tacrolimo (p = 0,0029). Verificou-se correlação entre as idades e níveis de tacrolimo na alta (Rho = 0,169; p = 0,023) e um modelo de regressão linear em que diabetes mellitus prediz aumento de 1,195 ng/mL (IC95%=0,436-1,955) da concentração de tacrolimo na alta [X²(1; n=181) = 9,655; R² = 0,051; p = 0,002].Conclusão: Conclui-se, que idade e diabetes mellitus são fatores que podem interferir na concentração tacrolimo, havendo maior necessidade de acompanhamento dos pós-transplantados.