Atendimento a pessoas em situação de violência sexual: dados de um serviço de referência do Maranhão
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Resumo
Objetivo: Identificar perfil epidemiológico e sociodemográfico das pessoas em situação de violência sexual atendidas em hospital de uma capital da região nordeste do Brasil. Métodos: Estudo transversal observacional onde foram incluídas todas as pessoas (540) em situação de violência atendidas no hospital entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021. Coleta de dados realizada a partir de prontuários físicos, eletrônicos e fichas de notificação compulsória. Resultados: Observamos uma queda no número de vítimas atendidas em 2020 quando comparada a 2019 e 2021 o que coincidiu com o início da pandemia da COVID-19. As vítimas de violência sexual eram majoritariamente, do sexo feminino (92,8%), adolescentes (56,7%), pardas (61,8%) e tinham ensino fundamental incompleto (62,2%). A maioria dos agressores eram conhecidos das vítimas (77,4%) e adultos (63,9%). O principal local de ocorrência foi a residência das vítimas (69%). A maioria das pacientes (77%) teve o primeiro atendimento mais de 72 horas após a violência. Conclusão: As vítimas de violência atendidas no hospital, em sua maioria, possuem características sociodemográficas associadas à vulnerabilidade social e chegam de forma tardia para o primeiro atendimento após a violência.
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