Refugiados no Brasil e o transtorno de estresse pós-traumático: um olhar sobre saúde, inclusão e bem-estar

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José Carlos Rosa Pires de Souza
Alessandra Aparecida Vieira Machado
Anna Carolina Roda Aguilera
Yasmim Souza Beletatti
Danielly Ferri Gentil

Resumo

Objetivo: Descrever sobre  a prevalência do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em refugiados, os fatores de risco, as barreiras no acesso aos serviços de saúde mental, assim como limitações dos critérios diagnósticos tradicionais e alternativas de enfrentamento. Revisão bibliográfica: O TEPT é uma condição comum entre os refugiados, influenciada pela exposição a traumas durante o processo migratório, como violência, perdas familiares e culturais e adaptação a novos ambientes socioculturais. Estudos indicam que fatores como o tempo de exposição ao trauma, idade, gênero e apoio social influenciam a prevalência e gravidade do TEPT nessa população. Desafios persistem na reintegração, incluindo barreiras linguísticas, discriminação e estigma social, que podem afetar negativamente o acesso ao tratamento e a qualidade de vida dos refugiados com TEPT. Considerações finais: A implementação de políticas públicas culturalmente sensíveis e baseadas em evidências é essencial para mitigar os impactos do TEPT e promover a inclusão e o bem-estar dos refugiados no Brasil.

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Como Citar
SouzaJ. C. R. P. de, MachadoA. A. V., AguileraA. C. R., BeletattiY. S., & GentilD. F. (2025). Refugiados no Brasil e o transtorno de estresse pós-traumático: um olhar sobre saúde, inclusão e bem-estar. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25(5), e20463. https://doi.org/10.25248/reas.e20463.2025
Seção
Revisão Bibliográfica

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