Estimulação cerebral profunda na doença de Parkinson: comparação entre núcleo subtalâmico e globo pálido interno no controle motor
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Resumo
Objetivo: Analisar comparativamente os efeitos da estimulação cerebral profunda (ECP) nos núcleos subtalâmico (NST) e globo pálido interno (GPi) sobre o desempenho motor de pacientes com Doença de Parkinson, com ênfase nos escores da UPDRS-III em diferentes condições farmacológicas e de estimulação. Métodos: Revisão sistemática com base em ensaios clínicos identificados nas bases PubMed, LILACS e SciELO. Foram incluídos estudos que compararam diretamente os efeitos da ECP no NST e GPi, com avaliação quantitativa dos escores motores da UPDRS-III em condições ON/OFF de medicação e estimulação. Resultados: A ECP no NST demonstrou superioridade na redução da carga medicamentosa antiparkinsoniana, com redução média de até 50% na dose equivalente de levodopa. Por outro lado, a ECP no GPi promoveu maior estabilidade nos escores motores durante o estado OFF de medicação e apresentou menor incidência de efeitos adversos neuropsiquiátricos, como depressão e declínio cognitivo. Considerações finais: Ambos os alvos oferecem benefícios clínicos relevantes no manejo motor da Doença de Parkinson, com perfis distintos. O NST é preferível em casos com necessidade de redução farmacológica, enquanto o GPi é mais indicado em pacientes com vulnerabilidade neuropsiquiátrica. A seleção do alvo deve ser individualizada, baseada em avaliação multidimensional.
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