Estimulação cerebral profunda na doença de Parkinson: comparação entre núcleo subtalâmico e globo pálido interno no controle motor

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Carlos Wagner Leal Cordeiro Júnior
Caíque de Oliveira Portugal Couto
Márcia Coutinho da Cruz
Vanessa Santana Lobo
Hugo Costa Guedes Alves
Santiago Luís Sanchez Júnior
Enzo Fabrizzio Moretto Lusvarghi
Patrícia Meneses de Sousa Santos
Ricardo André de Oliveira Paula Júnior

Resumo

Objetivo: Analisar comparativamente os efeitos da estimulação cerebral profunda (ECP) nos núcleos subtalâmico (NST) e globo pálido interno (GPi) sobre o desempenho motor de pacientes com Doença de Parkinson, com ênfase nos escores da UPDRS-III em diferentes condições farmacológicas e de estimulação. Métodos: Revisão sistemática com base em ensaios clínicos identificados nas bases PubMed, LILACS e SciELO. Foram incluídos estudos que compararam diretamente os efeitos da ECP no NST e GPi, com avaliação quantitativa dos escores motores da UPDRS-III em condições ON/OFF de medicação e estimulação. Resultados: A ECP no NST demonstrou superioridade na redução da carga medicamentosa antiparkinsoniana, com redução média de até 50% na dose equivalente de levodopa. Por outro lado, a ECP no GPi promoveu maior estabilidade nos escores motores durante o estado OFF de medicação e apresentou menor incidência de efeitos adversos neuropsiquiátricos, como depressão e declínio cognitivo. Considerações finais: Ambos os alvos oferecem benefícios clínicos relevantes no manejo motor da Doença de Parkinson, com perfis distintos. O NST é preferível em casos com necessidade de redução farmacológica, enquanto o GPi é mais indicado em pacientes com vulnerabilidade neuropsiquiátrica. A seleção do alvo deve ser individualizada, baseada em avaliação multidimensional.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
Cordeiro JúniorC. W. L., CoutoC. de O. P., CruzM. C. da, LoboV. S., AlvesH. C. G., Sanchez JúniorS. L., LusvarghiE. F. M., SantosP. M. de S., & Paula JúniorR. A. de O. (2025). Estimulação cerebral profunda na doença de Parkinson: comparação entre núcleo subtalâmico e globo pálido interno no controle motor. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25(8), e20537. https://doi.org/10.25248/reas.e20537.2025
Seção
Revisão Bibliográfica

Referências

1. BENABID AL, et al. Deep brain stimulation of the subthalamic nucleus for Parkinson’s disease: methodologic aspects and clinical criteria. Neurology, 2009; 55(12): 40-44.

2. CASTRIOTO A, et al. Ten-year outcome of subthalamic stimulation in Parkinson disease: A blinded evaluation. Neurology, 2011; 77(13): 1116–1123.

3. DEUSCHL G, et al. A randomized trial of deep-brain stimulation for Parkinson's disease. New England Journal of Medicine, 2006; 355(9): 896-908.

4. FASANO A, et al. Deep brain stimulation in Parkinson’s disease: targets, indications, and outcomes. Lancet Neurology, 2010; 9(8): 787-798.

5. FOLLETT KA, et al. Pallidal versus subthalamic deep-brain stimulation for Parkinson’s disease. New England Journal of Medicine, 2010; 362(22): 2077-2091.

6. GHILARDI MF, et al. Deep brain stimulation in Parkinson’s disease: real-world data from a Brazilian cohort. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 2020; 78(5): 270–277.

7. GHILARDI MGS. Comparação dos efeitos da estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico versus globo pálido interno sobre os sintomas não motores da doença de Parkinson e sua correlação com neurotransmissores e aminoácidos intracerebrais. 2020. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.

8. GRAPH PAD SOFTWARE. GraphPad Prism version 9.5.1 for Windows. San Diego, CA: GraphPad Software, 2023. Disponívelem: https://www.graphpad.com

9. JANKOVIC J. Parkinson’s disease: clinical features and diagnosis. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 2008; 79(4): 368-376.

10. KALIA LV, LANG AE. Parkinson's disease. The Lancet, 2015; 386(9996): 896–912.

11. KRACK P, et al. Deep brain stimulation: from neurology to psychiatry? Trends in Neurosciences, 2017; 40(8): 474-486.

12. MARINHO JM, et al. Comparison between subthalamic and pallidal deep brain stimulation in Parkinson’s disease: a Brazilian prospective study. Journal of Neurology Research, 2021; 11(3): 45–53.

13. MARINHO MM. Estudo dos efeitos da estimulação cerebral profunda bilateral no núcleo subtalâmico sobre as funções motoras e a qualidade de vida de pacientes com Doença de Parkinson. 2021. Dissertação (Mestrado em Neurologia) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2021.

14. MORO E, et al. Pallidal stimulation is effective, but not a panacea: a double-blind, randomized, controlled trial in cervical dystonia. Movement Disorders, 2011; 26(8): 1478-1483.

15. OKUN MS. Deep-brain stimulation for Parkinson’s disease. New England Journal of Medicine, 2012; 367(16): 1529-1538.

16. OLANOW CW, et al. Continuous Subcutaneous Levodopa Delivery for Parkinson's Disease: A Randomized Study. J Parkinsons Dis., 2021; 11(1): 177-186.

17. PERLMUTTER JS, MINK JW. Deep brain stimulation. Annual Review of Neuroscience, 2006; 29: 229–257.

18. RAMOS FM, et al. Neuropsychiatric symptoms in Parkinson’s disease after deep brain stimulation. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 2018; 76(3): 180-187.

19. RIZZO G, et al. Long-term subthalamic nucleus stimulation in Parkinson’s disease: a ten year follow-up. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 2020; 91(4): 449–455.

20. RODRIGUES JP, et al. Cognitive outcomes after deep brain stimulation in Parkinson’s disease: a systematic review. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 2019; 77(10): 705-712.

21. SCHUEPBACH WMM, et al. Neurostimulation for Parkinson's disease with early motor complications. New England Journal of Medicine, 2013; 368(7): 610–622.

22. TEMEL Y, et al. Deep brain stimulation: ethical issues. Progress in Brain Research, 2008; 168: 333–345.

23. VIDAILHET M, et al. Bilateral deep-brain stimulation of the globus pallidus in primary generalized dystonia. New England Journal of Medicine, 2005; 352(5): 459–467.

24. VOLKMANN J, et al. Long-term effects of pallidal or subthalamic deep brain stimulation on quality of life in Parkinson’s disease. Movement Disorders, 2009; 24(8): 1154–1161.