Qualidade do pré-natal em um município no sul do Brasil e sua associação com baixo peso ao nascer, prematuridade e baixo Apgar

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Ângela Rodrigues Leston Nader
Iná da Silva dos Santos
Susana Cecagno
Karen Jansen

Resumo

Objetivo: Avaliar a associação entre a adequação do pré-natal, com base nos índices de Kessner modificado por Takeda e Kotelchuck (APNCU), e desfechos neonatais desfavoráveis, incluindo baixo peso ao nascer (BPN; peso ao nascer <2500 g), prematuridade (<37 semanas) e índice de Apgar no quinto minuto inferior a 7 (Ap5<7). Métodos: Estudo transversal com 1.458 puérperas e seus recém-nascidos, cujos partos foram financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em três maternidades públicas do município, entre agosto/2018 e fevereiro/2019. Foram analisados fatores demográficos, socioeconômicos e comportamentais, características da gestação e serviços utilizados pelas gestantes. Resultados: A média de consultas pré-natais foi 8,0 e início do acompanhamento em média às 12,9 semanas (DP = 6,5). A proporção de pré-natais adequados foi de 71,1% de acordo com Kessner/Takeda e 35,0% segundo o APNCU. O índice de Takeda demonstrou diferenças significativas para os três desfechos analisados, mesmo após controle para fatores de confusão, destacando maior prevalência de BPN na categoria intermediária (23,2%) em comparação a 9,3% no pré-natal adequado e maior prevalência de prematuridade e Ap5<7 nas categorias intermediária (26,7% e 4,5%) e inadequada (24,1% e 4,7%), em comparação a adequada (13,8% e 1,7%). O cuidado pré-natal inadequado pelo APNCU apresentou associação apenas com prematuridade. Conclusão: A adequação do pré-natal tem impacto significativo nos desfechos neonatais. Este estudo destaca a importância de aplicar índices de qualidade do cuidado na avaliação do desempenho de programas de saúde.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
Nader Ângela R. L., SantosI. da S. dos, CecagnoS., & JansenK. (2025). Qualidade do pré-natal em um município no sul do Brasil e sua associação com baixo peso ao nascer, prematuridade e baixo Apgar. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25(5), e20580. https://doi.org/10.25248/reas.e20580.2025
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ALMEIDA NK, et al. Adverse perinatal outcomes for advanced maternal age: a cross-sectional study of Brazilian births. Jornal de Pediatria. 2015; 91(5): 493-8.

2. AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGIST. Guidelines for perinatal care. 8 ed. Elk Grove Village: AAP; Washington, DC: American College of Obstetricians and Gynecologists, 2017.

3. BLOCH JR, et al. Application of the Kessner and Kotelchuck prenatal care adequacy indices in a preterm birth population. Public Health Nursing. 2009; 26(5): 449-59.

4. BRASIL. Mortalidade Infantil no Brasil - Boletim Epidemiológico 52. Ministério da Saúde; 2021.

5. CANTARUTTI A, et al. Mother's education and the risk of several neonatal outcomes: an evidence from an Italian population-based study. BMC Pregnancy and Childbirth. 2017; 17(1): 221.

6. CECAGNO S. Variáveis do pré-natal associadas ao perfil dos partos e nascimentos no município de Pelotas/RS. Tese de Doutorado (Doutorado em Enfermagem) – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2019; 200p.

7. COSTA BLL, et al. Infecção do trato urinário como causa de parto prematuro em gestantes: uma revisão integrativa da literatura. Brazilian Journal of Health Review. 2023; 6(5): 20876-86.

8. HALPERN R, et al. Atenção pré-natal em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, 1993. Cadernos de Saúde Pública. 1998; 14.

9. HEAMAN MI, et al. Inadequate prenatal care and its association with adverse pregnancy outcomes: a comparison of indices. BMC Pregnancy and Childbirth. 2008; 8: 15.

10. KAHVECI B, et al. The effect of advanced maternal age on perinatal outcomes in nulliparous singleton pregnancies. BMC Pregnancy and Childbirth. 2018; 18(1): 343.

11. KOTELCHUCK M. An evaluation of the Kessner Adequacy of Prenatal Care Index and a proposed Adequacy of Prenatal Care Utilization Index. American Journal of Public Health. 1994; 84(9): 1414-20.

12. LEAL MC, et al. Uso do índice de Kotelchuck modificado na avaliação da assistência pré-natal e sua relação com as características maternas e o peso do recém-nascido no Município do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública. 2004; 20.

13. MAGALHÃES ALC, et al. Proportion and factors associated with Apgar less than 7 in the 5th minute of life: from 1999 to 2019, what has changed? Ciência & Saúde Coletiva. 2023; 28(2): 385.

14. MAIA LTDS, et al. Determinantes individuais e contextuais associados à mortalidade infantil nas capitais brasileiras: uma abordagem multinível. Cadernos de Saúde Pública. 2020; 36.

15. MASUKUME G, et al. Risk factors and birth outcomes of anaemia in early pregnancy in a nulliparous cohort. PLoS ONE. 2015; 10(4): e0122729.

16. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Mortalidade infantil e fetal. Ministério da Saúde; 2024.

17. OLIVEIRA KA, et al. Association between race/skin color and premature birth: a systematic review with meta-analysis. Revista de Saúde Pública. 2018; 52: 26.

18. OLIVEIRA LL, et al. Maternal and neonatal factors related to prematurity. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2016; 50(3): 382-9.

19. RATIU D, et al. Impact of Advanced Maternal Age on Maternal and Neonatal Outcomes. In Vivo. 2023; 37(4): 1694-702.

20. ROWE S, et al. Systematic review of the measurement properties of indices of prenatal care utilization. BMC Pregnancy and Childbirth. 2020; 20(1): 171.

21. ROZI S, et al. Association of tobacco use and other determinants with pregnancy outcomes: a multicentre hospital-based case-control study in Karachi, Pakistan. BMJ Open. 2016; 6(9): e012045.

22. RUIZ M, et al. Mother's education and the risk of preterm and small for gestational age birth: a DRIVERS meta-analysis of 12 European cohorts. Journal of Epidemiology and Community Health. 2015; 69(9): 826-33.

23. SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Guia do pré-natal na atenção básica. 2018; 40p.
24. SECRETARIA DE SAÚDE DO RS. Mortalidade materna infantil e fetal - Boletim epidemiológico. 2023.

25. SILVEIRA DS, et al. Atenção pré-natal na rede básica: uma avaliação da estrutura e do processo. Cadernos de Saúde Pública. 2001; 17(1).

26. SYDSJÖ G, et al. Evaluation of risk factors' importance on adverse pregnancy and neonatal outcomes in women aged 40 years or older. BMC Pregnancy and Childbirth. 2019; 19(1): 92.

27. TAKEDA S. Avaliação de Unidade de Atenção Primária: Modificação dos Indicadores de Saúde e Qualidade da Atenção. Universidade Federal de Pelotas. 1993.

28. VALE CCR, ALMEIDA NKO, ALMEIDA R. Association between Prenatal Care Adequacy Indexes and Low Birth Weight Outcome. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021; 43(4): 256-63.

29. VARELA AR, et al. Fetal, neonatal, and post-neonatal mortality in the 2015 Pelotas (Brazil) birth cohort and associated factors. Cadernos de Saúde Pública. 2019; 35(7): e00072918.

30. VELOSO FCS, et al. Analysis of neonatal mortality risk factors in Brazil: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Jornal de Pediatria. 2019; 95(5): 519-30.