Contracepção cirúrgica no Brasil, distribuição por gênero e correlação com o desenvolvimento humano, de 2010 a 2023

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Robson Augusto Andrade Cardoso dos Apóstolos
Bruno Gil de Carvalho Lima

Resumo

Objetivo: Descrever o contexto da realização de vasectomias e laqueaduras tubárias nas unidades federadas (UF) brasileiras quanto a aspectos socioeconômicos e assistenciais e correlacionar com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, com dados agregados por base territorial. Os quantitativos de vasectomias e laqueaduras tubárias por UF, entre os anos de 2010-2023, foram extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), em seguida foi calculada a razão de vasectomias/laqueaduras e comparado com o IDHM das UFs. Resultados: O Sistema Único de Saúde (SUS) demonstrou alta predileção pelas intervenções femininas entre 2010-2023, sendo 0,6 a razão vasectomias/laqueaduras tubárias no Brasil, tendendo a valores mais baixos nas UFs com menores IDHM. O coeficiente de correlação de Spearman foi de 0,739, com p<0,01, estatisticamente significante. As maiores razões de vasectomias/laqueaduras tubárias foram constatadas exatamente nas UFs com maiores IDHM. Conclusão: A vasectomia, mesmo sendo o método mais simples, que apresenta menor risco e maior economia ao usuário e ao SUS, continua sendo muito pouco realizado em regiões com menores IDHM. Esforços adicionais necessitam ser realizados para a inclusão dos homens nos serviços de planejamento familiar dos locais mais carentes do Brasil.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
ApóstolosR. A. A. C. dos, & LimaB. G. de C. (2025). Contracepção cirúrgica no Brasil, distribuição por gênero e correlação com o desenvolvimento humano, de 2010 a 2023. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25(6), e20625. https://doi.org/10.25248/reas.e20625.2025
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ANDERSON DJ, JOHNSTON DS. A brief history and future prospects of contraception. Science-American Association for theAdvancementof Science, 2023;380(6641):154-158.

2. BARONE MA, et al. Vasectomy in the United States, 2002. Journal of Urology, 2006; 176(1):232-6.

3. BEARAK J, et al. Unintended pregnancy and abortion by income, region, and the legal status of abortion: estimates from a comprehensive model for 1990–2019. The Lancet Global Health, 2020; 8(9):e1152-e1161.

4. BHUYAN K, et al. No Scalpel Vasectomy (NSV) with Ligation and Excision: A Single Centre Experience. Indian JournalofSurgery, 2015;77(Suppl 3):1038-40.

5. BRASIL / IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/f9789164454ff053a3acbeed1facbe52.pdf. Acessado em: 27 outubro de 2024.

6. CABRAL CP, RANGEL TLV. Autonomia sobre o corpo feminino? O (ir)reconhecimento do direito à laqueadura como direito reprodutivo no ordenamento brasileiro. Boletim de Conjuntura (BOCA), 2022;9(25): 38–55.

7. CARNEIRO LV. Decidindo pela vasectomia: a fala dos homens -Planejamento Familiar e Reprodutivo: experiência do homem frente à vasectomia. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012; 75p.

8. CHRISTIN-MAITRE, S. History of oral contraceptive drugs and their use worldwide. Best Practice and Research: Clinical Endocrinology and Metabolism, 2013;27(1):3-12.

9. CÓRDOBA BDI, et al. Vasectomía: reseña de 25 añosenel Centro de CirugíaAmbulatoria del ISSSTE. Rev Esp Med Quir, 2011;16(1): 33-38.


10. EECKHAUT MCW. The Gendered Division of Sterilization “Fertility Work:” The Role of Educational and Racial/Ethnic Heterogamy. Journalof Family Issues, 2019; 40(2): 167-189.

11. FEBRASGO. Manual de Anticoncepção. 2015. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/manual-anticoncepcao-febrasgo-2015-pdf. Acessado em: 20 de julho de 2024.

12. FONTELES JUNIOR JACM. Implementação da política nacional de atenção integral à saúde do homem: revisão integrativa. Revista Contemporânea, 2024; 4(10): e6235.

13. GARCÍA MORENOJ, SOLANO SAINOS LM. Aceptación y rechazo de vasectomía en hombres del medio rural. Revista Médica del Instituto Mexicano del Seguro Social, 2005; 43(3): 205-214.

14. GOMES R, et al. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cadernos de Saúde Pública, 2007; 23(3): 565-574.

15. GONÇALVES APFM, et al. Motivationsofuseraccess in situationscharacterized as non-urgentready / Motivações do acesso de usuários em situações caracterizadas como não urgência em pronto atendimento. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, 2021; 13: 886-892.

16. GUIMARÃES JRS, JANNUZZI PM. IDH, indicadores sintéticos e suas aplicações em políticas públicas: uma análise crítica. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 2005; 7(1): 73-90.

17. LIMA BGC, et al. Decidindo o Futuro: quem carrega a responsabilidade do planejamento familiar no Brasil? REVISTA DA AGU, 2024; 23(02).

18. MELO CRM, et al. Vulnerabilidade a vivenciar uma gravidez não intencional entre mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde. Acta Paulista de Enfermagem, 2022; 35:eAPE0310345.

19. MENESES-PARRA AL, CRISTANCHO-GÓMEZ SM. Factores que inciden en la aceptabilidad de la vasectomía. Revista Colombiana de Enfermería, 2019; 18(2): e008.

20. OSTROWSKI KA, et al. Evaluation of Vasectomy Trends in the United States. Urology, 2018; 118: 76-79.

21. PATEL J, et al. Vasectomy Training in Family Medicine Residency Programs: A National Survey of Residency Program Directors. Family Medicine, 2022; 54(6):438-443.

22. REIS GTS, ALMEIDAACMF. A violência de gênero como estratégia de poder: as esterilizações forçadas contra mulheres indígenas no Peru. Revista Extraprensa, 2022; 15(Especial):566-82.

23. SANTANA ALB, et al. Vantagens do uso da esterilização cirúrgica como método contraceptivo. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 2023; 5(4): 2500-2510.

24. SANTOS DR, et al. Crescimento da vasectomia no Sistema Único de Saúde entre 2009 a 2018: um estudo retrospectivo. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2020;12(3): e2822.

25. SANTOSPB, et al. Vasectomia-Que realidade? Acta Urológica, 2009; 26(1): 9-12.

26. WHO. FAMILY PLANNING - A GLOBAL HANDBOOK FOR PROVIDERS. 2022. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/family-planning---a-global-handbook-for-providers. Acessado em: 22 de setembro de 2024.

27. ZHOLUDEV V, et al. Use of Office Versus Ambulatory Surgery Center Setting and Associated Ancillary Services on Healthcare Cost Burden for Vasectomy Procedures. Urology, 2019; 129:29-34.