Internações por traumatismo raquimedular: perfil clínico-epidemiológico e demandas para a fisioterapia

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Allan Dellon da Silva
Yatamiris Pâmela da Silva Aguiar
Laís Sousa Santos de Almeida

Resumo

Objetivo: Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes internados por Traumatismo Raquimedular (TRM) em um hospital de referência no Piauí e especificar as principais demandas para a fisioterapia frente às complicações associadas. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo realizado em um hospital universitário de Teresina-PI. Incluíram-se prontuários de pacientes ≥18 anos com diagnóstico de TRM internados entre 2021 e 2022. Resultados: Foram analisados 211 prontuários, com média de idade de 44,6 anos e predominância do sexo masculino (81,8%). A principal causa foi acidente de trânsito (50,7%), com maior frequência de lesões cervicais (35,1%) e necessidade de tratamento cirúrgico (84,8%). Complicações associadas ao TRM ocorreram em 48,3% dos casos, destacando-se lesão por pressão (28,0%), infecção de ferida cirúrgica (11,8%) e complicações respiratórias (11,4%). Lesões em níveis altos da coluna se associaram tanto à ocorrência de complicações quanto ao desfecho de óbito. O tempo médio de internação foi de 22,18 dias. Conclusão: O perfil de TRM internados foram predominantemente do sexo masculino, etiologia por acidentes de trânsito e topografia cervical. A presença de complicações e de lesões em níveis mais altos estiveram relacionadas a piores desfechos. Lesões por pressão e complicações respiratórias, passíveis de prevenção, representam demandas importantes para a fisioterapia.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
SilvaA. D. da, AguiarY. P. da S., & AlmeidaL. S. S. de. (2025). Internações por traumatismo raquimedular: perfil clínico-epidemiológico e demandas para a fisioterapia. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 25(8), e20978. https://doi.org/10.25248/reas.e20978.2025
Seção
Artigos Originais

Referências

1. ALIZADEH A, et al. Traumatic Spinal Cord Injury: An Overview of Pathophysiology, Models and Acute Injury Mechanisms. Frontiers in Neurology, 2019; 10: 282.

2. ARAÚJO-JUNIOR FAD, et al. Epidemiology of Spinal cord Injury in references trauma center in Curitiba (Paraná, Brazil). Coluna/Columna, 2021; 20: 123-126.

3. ARRIAGADA G e MACCHIAVELLO N. Traumatismo raquimedular (TRM). revisión bibliográfica. Revista Médica Clínica Las Condes, 2020; 31(5-6): 423-429.

4. ARRIOLA M, et al. Perfil epidemiológico, clínico y funcionalidad alcanzada de la población con lesión medular traumática asistida en el Servicio de Rehabilitación y Medicina Física en el Hospital Universitario. Revista Médica del Uruguay, 2021; 37(2).

5. BÁRBARA-BATALLER E, et al. Change in the profile of traumatic spinal cord injury over 15 years in Spain. Scand J Trauma Resusc Emerg Med. 2018; 26(1): 27.

6. BARBETTA DC, et al. Spinal cord injury epidemiological profile in the Sarah Network of Rehabilitation Hospitals—a Brazilian population sample. Spinal cord series and cases, 2018; 4(1): 32.

7. BASTOS NFP, et al. Atuação da fisioterapia na tetraplegia. Revista Brasileira Multidisciplinar,2016; 19(1): 79-82.

8. BELLET FD, et al. The characteristics of cervical spinal cord trauma at a North Tanzanian Referral Hospital: a retrospective hospital based study. The Pan African Medical Journal, 2019; 33.

9. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. 2. ed – Brasília, 2015. Disponível em: https ://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretri zes_atencao_pesso a_lesao_med ular_2ed.pdf. Acessado em:

10. CARVAJAL C, et al. Características clínicas y demográficas de pacientes con trauma raquimedular Experiencia de seis años. Acta medica colombiana, 2015; 40(1): 45-50.

11. FALEIROS F, et al. Qualidade de vida e lesão medular traumática: um estudo com uso de data sets internacionais. Revista eletrônica de enfermagem, 2020; 22.

12. FEHLINGS MG, et al. Early versus delayed decompression for traumatic cervical spinal cord injury: results of the Surgical Timing in Acute Spinal Cord Injury Study (STASCIS). PloS one, 2012; 7(2): 32037.

13. FIGUEIREDO-LEITE V, et al. Intra-hospital complications in acute traumatic spinal cord injury. Acta Fisiátrica, 2018; 25(1): 36-39.

14. JOSEPH C e NILSSON-WIKMAR L. Prevalence of secondary medical complications and risk factors for pressure ulcers after traumatic spinal cord injury during acute care in South Africa. Spinal Cord, 2016; 54(7): 535-539.

15. KANG Y, et al. Epidemiology of worldwide spinal cord injury: a literature review. Journal of Neurorestoratology, 2018; 6(1): 3.

16. LEE DY, et al. Early surgical decompression within 8 hours for traumatic spinal cord injury: Is it beneficial? A meta-analysis. Acta orthopaedica et traumatologica turcica, 2018; 52(2): 101-108.

17. LEMOS HF, et al. Epidemiological profile of patients with spinal cord injury attended at a rehabilitation center. ReonFacema, 2017; 3(3): 557-60.

18. LOMAZ MB, et al. Epidemiological profile of patients with traumatic spinal fracture. Coluna/Columna, 2017; 16: 224-227.

19. MA Y, et al. The impact of urgent (< 8 hours) decompression on neurologic recovery in traumatic spinal cord injury: A meta-analysis. World Neurosurgery, 2020; 140: 185-194.

20. MELO‐NETO JS, et al. Caracterização e aspectos clínicos de pacientes com traumatismo raquimedular submetidos a cirurgia. Revista brasileira de ortopedia, 2017; 52(4): 479-490.

21. MORAES AMF, et al. Perfil epidemiológico e clínico de pacientes com traumatismo raquimedular de um hospital público no estado do Pará. Revista CPAQV-Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, 20020; 12(1).

22. MORAIS DF, et al. Perfil epidemiológico de pacientes com traumatismo raquimedular atendidos em hospital terciário. Coluna/columna, 2013; 12: 149-152.

23. NAS K e YAZMALAR L, et al. Rehabilitation of spinal cord injuries. World journal of orthopedics, 2015; 6(1): 8.

24. NIEMI-NIKKOLA V, et al. Traumatic spinal injuries in Northern Finland. Spine, 2018; 43(1): 45-51.

25. PAIVA VCD, et al. Epidemiology of post-traumatic spinal cord injury in a tertiary hospital. Acta Ortopédica Brasileira, 2023; 31: 26449.

26. PEREIRA CU e DE JESUS RM. Epidemiologia do traumatismo raquimedular. JBNC-Jornal Brasileiro de Neurocirurgia, 2011; 22(2): 26-31.

27. PEREIRA TGG, et al. Perfil epidemiológico do traumatismo raquimedular em um hospital de referência do distrito federal um estudo retrospectivo. Brazilian Journal of Development, 2022; 8(2): 8708-8729.

28. PERROUIN-VERBE B, et al. Spinal cord injury: A multisystem physiological impairment/dysfunction. Revue Neurologique, 2021; 177(5): 594-605.

29. RODRÍGUEZ-MENDOZA B, et al. Rehabilitation Therapies in Spinal Cord Injury Patients. Paraplegia, 2020.

30. SCHOELLER S, et al. Abordagem multiprofissional em lesão medular: saúde, direito e tecnologia. Florianópolis: Publicação do IFSC, 2016.

31. SILVA OTD, et al. Epidemiology of spinal trauma surgically treated at the unicamp hospital das clínicas. Coluna/Columna, 2018; 17: 55-58.

32. SOUSA ED, et al. Principais complicações do Traumatismo Raquimedular nos pacientes internados na unidade de neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal. Co. Ciências Saúde, 2013; 24(4): 321-330.

33. SOUZA IR, et al. Perfil Clínico-epidemiológico dos pacientes com Trauma Raquimedular atendidos no hospital de referência do Piauí. Anais da sociedade de acadêmicos de medicina do Piauí. 2019; 4(1): 19.

34. TAFIDA MA, et al. Descriptive epidemiology of traumatic spinal injury in Japan. Journal of orthopaedic science, 2018; 23(2): 273-276.

35. TOLUSE AM e ADEYEMI TO. Epidemiology and clinical outcomes of spinal cord injuries at a level II trauma centre in Nigeria: a longitudinal five year study. International orthopaedics, 2021; 45(3): 665-671.

36. VIÚDES MDAA, et al. Perfil dos pacientes internados por trauma raquimedular em hospital público de ensino. Rev Med Minas Gerais [Internet], 2015; 25(3): 380-6.

37. WILSON JR, et al. Early versus late surgery for traumatic spinal cord injury: the results of a prospective Canadian cohort study. Spinal cord, 2012; 50(11): 840-843.

38. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. International spinal cord society. International perspectives on spinal cord injury [internet]. 2013. Disponível em: https ://www.who.int/publications/i/item/international-perspectives-on-spinal-cord-injury. Acessado em:

39. ZENATTI GAG, et al. Trauma Raquimedular em Acidentes Automobilísticos: achados epidemiológicos e seu perfil sob novo aspecto. JBNC-Jonal Brasileiro de Neurocirurgia, 2019; 30(2): 105-111.

40. ZLOTOLOW DA e LIPA B, et al. Team Approach: Treatment and Rehabilitation of Patients with Spinal Cord Injury Resulting in Tetraplegia. JBJS reviews, 2019; 7(4): 2.