Mulheres privadas de liberdade: condições de higiene e presença de vulvovaginites
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Resumo
Objetivo: Investigar as condições de higiene e a presença de vulvovaginites em mulheres privadas de liberdade. Métodos: Estudo transversal exploratório quantitativo, realizado em agosto de 2024, com 123 mulheres de um complexo penal feminino. Utilizou-se questionário estruturado elaborado pelos autores. Para a análise foi utilizada a estatística descritiva e inferencial, sendo utilizado o teste Qui-quadrado, sendo os dados processados por meio do Programa SPSS versão 22.0. Resultados: A maioria das mulheres se autodeclarou parda (59,3%); possuíam idade entre 26 e 35 anos (34,1%); eram solteiras (65,9%); com baixo grau de escolaridade (51,2%); e renda familiar menor que um salário-mínimo (90,2%). Tomavam mais de 3 banhos ao dia (85,4%); escovavam os dentes mais de 3 vezes ao dia (87,8%); lavavam o cabelo de 1 a 2 vezes por semana (44,7%); e trocavam de absorvente de 1 a 3 vezes por dia (49,6%). Das mulheres que relataram vulvovaginites (71%) perceberam corrimento de aspecto esbranquiçado, (81,4%) mau odor e (52,5%) prurido. Conclusão: A higiene das mulheres privadas de liberdade sofre grandes impactos, da questão social e cultural, principalmente devido a estrutura precária e falta de cuidados em saúde adequados, muitas mulheres adquirem vulvovaginites.
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